27.2.05


Agora eu estou aqui, quando não sou burocrata, quando me dispo de livros, papéis, roles e palavras. Agora sou eu, e só sou eu quando me libero das horas contadas, dos olhos dos outros, das minúcias do dia. Agora, sem palavras, estou aqui e apago a luz. Agora já não estou. Nada sou para mim e para ti sou agora a estrada que percorrerás querendo chegar veloz, para repetir o percurso depois que a ânsia por descobrir aonde te levo acalmar. Sou boca e voz. Sou lenta agonia à espera do meu mestre, ouvi
dos atentos aos passos dos pés nus.

Que subirão na cama, de pé sobre mim, investigando por onde começar. E meu mestre me entregará tudo que há de salgado e líquido em seu corpo, na longa jornada que o levará até o amanhecer por paisagens feitas de sensações.

Deixa eu me disfarçar de caminho para o paraíso, quando me atravessares?

24.2.05

Uma casa é uma coleção de objetos.

Um lar é um acervo de afetos.

22.2.05

- Mãe, fiz uma tatuagem na perna! - diz por telefone minha linda filhota de 9 anos, que está na praia com seu pai.
- Mesmo?! - pergunto, alegre. - De henna?
- Não, mãe, de rena não. É de um golfinho! - explica ela.

19.2.05

ACRÍTICO (The Man in the Mirror)

(isto é, sem críticas e sem defesas, apenas para dizer que este é um dos meus hinos, e composto por quem foi composto, cantado lindamente por quem canta, não é possível ignorar a belíssima mensagem que traz. Se "ele" mudou seus modos, eu não sei. Nem sei se havia algo condenável a mudar. Eu **não** costumo julgar ninguém e sofro do defeito de Alice e Polianna, de ver sempre o melhor das coisas e das pessoas. Assim, apenas leiam e, se puderem, ouçam este hino à consciência do sofrimento alheio):


I'm gonna make a change
for once in my life.
It's gonna feel real good
gonna make a difference
gonna make it right
As I turn up the collar on
my favorite winter coat
This wind is blowing my mind
I see the kids in the streets with not enough to eat
Who am I to be blind
pretending not to see their needs
A summer disregard, a broken bottle top
and a one man soul
They follow each other on the wind ya know
'Cause they got nowhere to go
That's why I want you to know
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a change
Na na na, na na na, na na na nah
I've been a victim of a selfish kind of love
It's time that I realize
That there are some with no home
not a nickel to loan
Could it be really me,
pretending that they're not alone?
A willow deeply scarred,
somebody's broken heart
and a washed-out dream
They follow the pattern of the wind ya see
'Cause they got no place to be
That's why I'm starting with me
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a change
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a
CHANGE
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a change
You gotta get it right while you got the time
'Cause when you close your heart
you can't close your your mind!
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a change
I'm starting with the man in the mirror
I'm asking him to change his ways
and no message could have been any clearer
If you wanna make the world a better place
take a look at yourself and then make a change

18.2.05

Penso, logo, insisto

(ou seria penso, logo, invisto

ou penso, logo desisto

ou penso, logo, me visto).

Whatever.

Penso, logo, ainda que indecisamente,

indecentemente,

incoerentemente,

e precariamente,

Existo

13.2.05

E isto, você tem?

Ithyphallophobia

Eu não, eu não, eu não, absolutamente não!!! ;-)
Kakorrhaphiophobia

Você tem isso?
Eu, sim. ;-)

O riso é a cascata que jorra da alma.
O choro, como seiva da árvore ferida.
Saudade, sinal de luto passageiro.
A morte, continuação da vida.

8.2.05

Roubaram a correntinha da Pat domingo.

Roubaram PCs do escritório da Gi.

De mim ninguém rouba nada.

E meu coração está sempre exposto.

Alguém aí, quer roubar meu coração?

(Talvez não tenha grande valor,

mas não é bijuteria. No mínimo,

semijóia.)



6.2.05

(um segundo zen)

A vida é uma bola.

Deixa rolar.



4.2.05

Isn’t she lovely?

É tudo, minha filha

(mas não sou coruja,

ela é mesmo tudo)



2.2.05

God is there.

Somewhere.



1.2.05

Hóspede

Meu coração não é casa.

É hotel.

Melhor não trazeres tua mudança

Nem dares endereço a ninguém.

Não fixa residência, nem decora

Nem planta nada que demore pra crescer.

Meu coração é hotel.

Amanhã vem outro hóspede.

Por enquanto, aproveita.

É noite, há quartos vazios,

Estás de primeira classe

Em pacote promocional.

Amanhã não.

Amanhã vais embora,

Só com tua bagagem

E uma lembrancinha qualquer

Para poderes dizer

Que me habitaste

Pelo menos um pouco.