30.11.07

So True...


Casinha Branca
(Gilson e Joram)

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
que nem vejo à minha frente nada que me dê prazer...
sinto cada vez mais longe a felicidade
vendo em minha mocidade tanto sonho perecer
eu queria ter na vida simplesmente
um lugar de mato verde pra plantar e pra colher
ter uma casinha branca de varanda
um quintal e uma janela
só pra ver o sol nascer
às vezes saio a caminhar pela cidade
à procura de amizade vou seguindo a multidão
mas eu me retraio olhando em cada rosto
cada um tem seu mistério seu sofrer, sua ilusão
eu queria ter na vida simplesmente
um lugar de mato verde
pra plantar e pra colher
ter uma casinha branca de varanda
um quintal e uma janela só pra ver o sol nascer

28.11.07

Não é engraçado como, com a Internet, tornamo-nos todos videntes?
Conhecendo apenas nome e sobrenome, podemos visualizar passado e presente (e, a partir daí, algo do futuro) de qualquer um que tenha "pisado" nesse planeta virtual...
Conhecendo apelido, chocamo-nos ao digitá-lo e ao descobrir, no presente, traições, grandes e pequenas, escritas com todas as letras no passado por alguém que, se não era digno de estátua em homenagem ao "Homem Sério", também não nos parecia a pessoa mais mesquinha que já tivemos em nossas vidas. Espantamo-nos ao ver, quatro anos depois, preto no branco, confissões sobre aquilo que percebíamos como casualidade e se revela pura má intenção, maldade proposital. E, boquiabertos, ainda duvidamos dos nossos olhos quando vemos com toda a clareza as mentiras e distorções de fatos íntimos colocados em público, por quem pouco antes nos disse que havia mudado, que podíamos ter confiança em sua melhor intenção de ser parceiro, de ser amigo, de ser companheiro, de ser, em resumo, homem.
Engraçado como, com a Internet, os mais burros acabam revelando-se apenas isso: burros -- criminosos espalhando pistas de seus crimes por todos os lados, desde a presença em sites pedófilos, passando por "filmes" desmeritórios, festinhas onde o cigarro e o álcool estão em todas as fotos, depoimentos que alardeiam seu prazer por ser escroto e terminando em mentiras deslavadas, sobre si mesmo e sobre outros.
Não é interessante como certas pessoas pensam que as palavras escritas no espaço virtual um dia se perderão, ou que podem mantê-las secretas, quando estão lá, para toda a eternidade, expostas em cache, atualizadas em feeds, passíveis de busca por mil expressões que as revelarão?
E depois disso tudo, quando me perguntam se não farei nada com as palavras criminosas que descobri, só tenho a dizer uma frase:
"Eu não chuto cachorro morto."
A principal lição de meu trabalho de detetive eu já aprendi. Nunca confie, para o resto dos teus dias, em quem já te enganou uma vez. Nem perdoe. Nem esqueça.
A porta fechou-se para sempre.

23.11.07



Tu, mestre da auto-sabotagem, não tens do que


reclamar:


teus planos saíram à perfeição.


Respiras delírios, comes ilusões, dormes com


enganos. Culpas a vida, o mundo, os outros,


sempre os outros.


E recebes o troco, a bofetada,


que tu mesmo dás na tua face


quando ousas desnudá-la das máscaras.


... À noite todos os seres obrigam-se


a dormir em sua própria (e indesejada) companhia.


Sem disfarces.


E isso é o que dói.



18.11.07

Anotação para mim mesma:

Por quanto tempo permitirás que a mentira vença?

Por quanto tempo ficarás em dúvida, pesando detalhes, em tua tendência ingênua de achar que outras pessoas são boas, quando te mostram o contrário?

Como podes ser tão mole e achar que a não-ação resolverá algo?

Como podes deixar que mintam sobre ti e te transformem aos olhos de outros em tudo aquilo que mais abominas no mundo?

Como permites, com tantas indicações, que a mentira, o logro e o trauma se perpetuem, por conta da tua tendência de acreditar nos outros?

Anotação para mim mesma: por que insistes em ser boa, quando está claro que estão sendo cruéis contigo?

(tudo tem conseqüências. o medo de agir, também)

16.11.07

Agora me diz:

Por que é que acho tanta graça, dou risada mesmo, quando alguém se apaixona por mim (ou demonstra a intenção de), mas quando sou eu quem se apaixona tudo parece tão sério, uma questão de vida ou morte?

Ah, se eu conseguisse achar graça em minha paixão para poder declará-la e rir com ele, quando risse de mim...