15.7.08

Da Série Abobrinhas Pobres

O sonho do bipolar:

"Vou economizar e comprar a Microsoft"

O pesadelo do bipolar:

"Pô, o Gates se aposentou, não posso mais tirar o cara da cadeira da Presidência"

9.7.08

Um nó a menos

Tem a ver com sentir-se sufocado por amores dependentes.
Tem a ver com a obrigação de querer bem a quem nos quer, embora nos mate a certeza de não podermos dar amor ilimitado a quem o suga de nós.
Tem a ver com amar quem é livre e, aí sim, ver a nós mesmos como dependentes, embora teimemos em não criar laços que nos escravizem.

Pronto.

Após quatro anos "mirabolando" toda a história para um segundo romance que está escrito apenas na minha mente, finalmente consegui desfazer o nó no qual trabalhava há mais ou menos um ano -- mesmo sendo apenas mental minha escrita, teimo em escrever histórias críveis, mesmo assim, e não descanso enquanto algo me soa falso e sem razão.

Esta noite, entretida no meu passatempo constante de trabalhar esse filme mental, esse romance puramente em meu cérebro, consegui desfazer um ponto da trama (no finalzinho do livro que ainda não escrevi) que me parecia sem solução.

Dei vivas.

Agora já posso digitá-lo -- se não esquecer todos os detalhes, já que pelo andar das coisas só terei tempo de me dedicar realmente a escrever um livro daqui a uns... muitos anos.

Graças a Deus.

Enquanto isso, Tobias, Luiza, Túlio & Cia serão meus novos amigos -- as pessoas completas que invento, como na "outra" vez, do "outro" livro que escrevi e que mesmo pronto parece não ter coragem de sair de minha casa.

Agora estou com um problema.

Que outra história inventar?

3.7.08

Pensei em colocar uma figurinha engraçadinha para esse post, mas decidi que o assunto é tão sério que não deve ter distração.

O Pronto-Socorro de Porto Alegre registrou uma queda de quase 40% no número de atendimentos a acidentados de trânsito, no segundo fim-de-semana da lei de tolerância zero ao álcool para motoristas.

Sabe o que é quase 40% de redução? Isso significa que, a cada 10 pessoas, quase 4 deixaram de se ferir ou morrer porque alguém pegou a direção após beber.

Posso ser idiota, mas acho que se uma só pessoa deixou de morrer por esse motivo, a lei de tolerância zero já valeu a pena.

Isso não significa que as pessoas vão parar de dar de cara em postes com seus carros, ou de cair de pontes, ou de atropelar gente em paradas de ônibus, ou de ir para casa de táxi porque beberam e esgüelar suas queridas companheiras ao chegar lá.

Significa, porém, que menos gente precisará chorar porque um inconseqüente acha que "não dá nada" encher a cara e dirigir.

Sei que tem gente que acha que sou azeda e que não sei o que é diversão, quando não entendo a graça de encharcar o cérebro com álcool e sair dando vexame, vomitando, se repetindo, falando bandalheira, fazendo impropriedades, enfim, sendo ridículo e patético. Eu não acho divertido perder o controle e ser alvo de pena dos outros. Mas se alguém perde o controle, que pelo menos tenha consciência *antes* de que é melhor poupar a si mesmo e a outros, pegando um táxi depois de beber.

Essa lei de tolerância zero ao álcool para motoristas, para mim, é um sonho tornado realidade.

Já que para muita (mas MUITA) gente diversão é sinônimo de álcool, então que peguem táxi. Se precisam tomar álcool para ficarem alegres, pelo menos não tragam lágrimas a outros, por causa do seu prazer.

Se querem beber, que dêem seus vexames e tirem fotos com aquelas caras de borrachos depois - a vergonha é sua, não minha. Porém, que não exponham outros à sua irresponsabilidade.

Fico mais aliviada ao pensar que as pessoas pensarão um pouco mais, nem que seja pelo temor da multa, da perda de pontos na carteira, da cadeia, do vexame. Há uma frase que diz que as pessoas sempre aprendem por um de dois caminhos: pelo amor ou pela dor. No que se refere ao álcool e direção, talvez aprendam pela dor de não poderem dirigir mais (mas que seja, será menos um louco ameaçando nossos filhos).

1.7.08

Quando cansados do trabalho, tiramos férias.
Para gordos, spa.
Quando desamados, divórcio.
Ao sentir sono, olhos fechados.
Quando chocados, desmaio.
Com grandes danos, coma.

Mas não existe folga para a vida.

O lado negro da morte é que não pode ser apenas experimentada (de fato, e nem me venham com experiências psicodélicas, ácidos e soluções alucinatórias).

Se a vida nos cansa, se é insuportável, se precisamos fugir por um bom tempo (de dívidas, de doenças, de amores, da fome, da dor, do horror), de nada adianta querer a morte se não temos certeza absoluta.

Ora, e se eu quiser voltar?

Precisamos inventar uma morte temporária, um ensaio de morte, algo assim como "Pré-Visualização", como quando escrevemos no blog e vemos como ficará. Faltaria apenas o botão de "Salvar" (ou NÃO SALVAR).

É preciso saber antes como ficará... Sem nós. Sem sentir nada (mas, poxa, como saberei, se não posso optar por voltar para contar?, nem me arrepender e voltar atrás?, nem lamentar minha escolha?).

A única folga para a vida é definitiva, e eu não queria desertar. Apenas, um dia, poder descansar bastante e voltar bem fresquinha (certamente...) e repousada.

Uma coisa é certa: não há folga para a vida. E isso, às vezes, não é nada justo.