19.12.07
18.12.07
16.12.07
Shy
Fifteen minutes with you, I wouldn't say no
(or would I?)
Tenho de aprender a deixar de ser burocrática no amor.
Costumo dizer que não tenho medo de nada na vida.
EXCETO...
... o medo de perder pessoas.
Tenho de deixar de ser medrosa
(por outro lado, para que arriscar-me a perder?)
Se há algo que me tira a razão, é a paixão.
Não é justo que alguém com tanta capacidade de ver a realidade, como eu, tenha exatamente o defeito que a torna estúpida, o defeito da covardia, a burrice de não entender sinais.
Preciso deixar de ser burocrática no amor. Pouco falta para exigir protocolo assinado, carimbado, com declaração reconhecida em cartório de que fui entendida e, mais importante, que caso não seja nada disso, fica tudo como antes, como se nada jamais tivesse havido do que, de fato, nem houve.
(suspiro)
Alguém aí tem um sonrisal para azia cerebral?
8.12.07
O Exercício de Se Superar
4.12.07
Para C., que entenderá
This Is Love Lyrics
» George Harrison
Precious words drift away from their meaning
And the sun melts the chill from our lives
Helping us all to remember what we came here for
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
Little things that will change you forever
May appear from way out of the blue
Making fools of ev'rybody who don't understand
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is love
This is love, this is la la la-la love
Since our problems have been our own creation
They also can be overcome
When we use the power provided free to everyone
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
Oh, this is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love (repeat and fade)
2.12.07
30.11.07
So True...
(Gilson e Joram)
Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
28.11.07
Conhecendo apenas nome e sobrenome, podemos visualizar passado e presente (e, a partir daí, algo do futuro) de qualquer um que tenha "pisado" nesse planeta virtual...
Conhecendo apelido, chocamo-nos ao digitá-lo e ao descobrir, no presente, traições, grandes e pequenas, escritas com todas as letras no passado por alguém que, se não era digno de estátua em homenagem ao "Homem Sério", também não nos parecia a pessoa mais mesquinha que já tivemos em nossas vidas. Espantamo-nos ao ver, quatro anos depois, preto no branco, confissões sobre aquilo que percebíamos como casualidade e se revela pura má intenção, maldade proposital. E, boquiabertos, ainda duvidamos dos nossos olhos quando vemos com toda a clareza as mentiras e distorções de fatos íntimos colocados em público, por quem pouco antes nos disse que havia mudado, que podíamos ter confiança em sua melhor intenção de ser parceiro, de ser amigo, de ser companheiro, de ser, em resumo, homem.
Engraçado como, com a Internet, os mais burros acabam revelando-se apenas isso: burros -- criminosos espalhando pistas de seus crimes por todos os lados, desde a presença em sites pedófilos, passando por "filmes" desmeritórios, festinhas onde o cigarro e o álcool estão em todas as fotos, depoimentos que alardeiam seu prazer por ser escroto e terminando em mentiras deslavadas, sobre si mesmo e sobre outros.
Não é interessante como certas pessoas pensam que as palavras escritas no espaço virtual um dia se perderão, ou que podem mantê-las secretas, quando estão lá, para toda a eternidade, expostas em cache, atualizadas em feeds, passíveis de busca por mil expressões que as revelarão?
E depois disso tudo, quando me perguntam se não farei nada com as palavras criminosas que descobri, só tenho a dizer uma frase:
"Eu não chuto cachorro morto."
A principal lição de meu trabalho de detetive eu já aprendi. Nunca confie, para o resto dos teus dias, em quem já te enganou uma vez. Nem perdoe. Nem esqueça.
A porta fechou-se para sempre.
23.11.07
Tu, mestre da auto-sabotagem, não tens do que
reclamar:
teus planos saíram à perfeição.
Respiras delírios, comes ilusões, dormes com
enganos. Culpas a vida, o mundo, os outros,
sempre os outros.
E recebes o troco, a bofetada,
que tu mesmo dás na tua face
quando ousas desnudá-la das máscaras.
... À noite todos os seres obrigam-se
a dormir em sua própria (e indesejada) companhia.
Sem disfarces.
E isso é o que dói.
18.11.07
Por quanto tempo permitirás que a mentira vença?
Por quanto tempo ficarás em dúvida, pesando detalhes, em tua tendência ingênua de achar que outras pessoas são boas, quando te mostram o contrário?
Como podes ser tão mole e achar que a não-ação resolverá algo?
Como podes deixar que mintam sobre ti e te transformem aos olhos de outros em tudo aquilo que mais abominas no mundo?
Como permites, com tantas indicações, que a mentira, o logro e o trauma se perpetuem, por conta da tua tendência de acreditar nos outros?
Anotação para mim mesma: por que insistes em ser boa, quando está claro que estão sendo cruéis contigo?
(tudo tem conseqüências. o medo de agir, também)
16.11.07
Por que é que acho tanta graça, dou risada mesmo, quando alguém se apaixona por mim (ou demonstra a intenção de), mas quando sou eu quem se apaixona tudo parece tão sério, uma questão de vida ou morte?
Ah, se eu conseguisse achar graça em minha paixão para poder declará-la e rir com ele, quando risse de mim...
15.9.07
(Comentário meu sobre o livro maravilhoso de José Henrique Lamensdorf, colega tradutor e escritor de rara racionalidade e sensibilidade em equilíbrio, para o Translation Journal, jornal on-line de/para tradutores)
Quando eu tinha uns 10 anos, deitada na grama do quintal em noites de verão, fitando o mar de estrelas muito além do meu serzinho pequeno e solitário, costumava pensar que não fazia sentido simplesmente nascer, crescer e morrer—tendo alegrias e decepções entre o começo e o fim, mas ao final, morrendo como todos os outros humanos, como os insetos, as flores, os mamíferos e tudo o mais que tivesse vida física. Nessas noites da pré-adolescência, começando a descobrir o mundo, eu procurava respostas simples para perguntas que só se tornariam cada vez mais complicadas, com o passar dos anos.
Certamente, mais ou menos dos dez anos até o fim da vida, a pergunta mais poderosa que nos fazemos é sempre sobre o porquê de estarmos no mundo. Depois vêm outras, e para essas encontramos parte das respostas na filosofia, astronomia—até na astrologia—, psicologia, e outras "ias" criadas para satisfazer nossa ânsia por respostas.
Você alguma vez teve a sensação arrepiante de que esse show legítimo da vida em geral é espantosamente bem coordenado, para ser um mero acaso ou um passatempo de deuses que não compreendemos? Já se espantou com coincidências esquisitas, sincronicidades, marés de sorte ou ondas de extremo azar? Você já teve a impressão de que apesar de sermos as criaturas mais inteligentes a pisar neste planeta, ainda assim não somos os donos do espetáculo e que a equipe de produção falha ocasionalmente, provocando coisas feias como guerras, pragas, grandes catástrofes naturais e outras calamidades? Ao admirar a grandiosidade de uma obra arquitetônica, a beleza extrema de uma estátua ou a sublime elevação do espírito provocada por uma sinfonia vibrante, você já se perguntou por que há tamanha disparidade em talentos, vocações e oportunidades no mundo? E, ao pensar nesse incrível espetáculo da vida, já chegou a perguntar-se para que, afinal, serve tudo isso?
Engenheiros do Destino não lhe impõe um conhecimento profundo, nem pretende mastigar e lhe devolver prontas para consumo teorias complicadíssimas da física ou astronomia. Não tenta convencê-lo de uma verdade absoluta. Não servirá como auto-ajuda no sentido de lhe entregar algumas fórmulas bonitas que, segundo o autor, resolverão se não todos, pelo menos os problemas que o levaram a comprar o livro.
Engenheiros do Destino não quer lhe revelar segredos ocultos há séculos em imagens de pintores famosos, em pisos de igrejas antigas ou papiros recém descobertos. Na verdade, ao ler o livrinho aparentemente singelo—mas realmente estimulante—de José Henrique Lamensdorf, descobrimos que seu maior mérito é tornar claro e explicar o que às vezes intuímos sobre os mais variados temas que nos preocupam.
Lamensdorf nos oferece uma luz reveladora, com a qual aponta a coerência máxima naquilo que vemos como aspectos aparentemente discrepantes da existência.
Nessa teoria geral do funcionamento do universo, ele aborda, com idéias fascinantes e inesperadas, coisas tão diversas como reencarnação, homossexualidade, viagens no tempo, astrologia, poder, fantasmas e aparições, experiências extracorpóreas, transplantes e, até mesmo, o processo de traduzir.
Engenheiros do Destino mexe com as idéias do leitor, levando-o a ampliar as indagações e explicações oferecidas, após cada parágrafo. Não é para preguiçosos mentais. E pode causar efeitos colaterais—essa é, de fato, a intenção de Lamensdorf, ao apresentar os responsáveis pelo real show da vida e um pouquinho do roteiro e da produção envolvida no espetáculo.
Não recomendado para materialistas empedernidos, pessoas sem fé em coisa alguma, pessoas secas e sem um mínimo de humor. Absolutamente contra-indicado para aqueles que consideram que tudo já foi explicado ou que a sua própria teoria é a única que conta.
O livro Engenheiros do destino pode ser comprado:
em inglês:na Amazon: http://www.amazon.com/Engineers-Fate-J-H-Lamensdorf/dp/1419612654; na Booksurge (a editora, que é do grupo Amazon): http://www.booksurge.com/Engineers-of-Fate/A/1419612654.htm;
em português:na editora: http://www.livropronto.com.br//livro/liv_engenheiros_destino.asp.
9.9.07
Precisa-se I
... porque pareço ter um bloqueio sério contra simplesmente imprimir e enviar -- não consigo, não consigo, não consigo.
Precisa-se II
que os amigos que já chegaram a ler meus escritos procurem a palavra-chave "Cruel" em seus discos rígidos, pois pode estar ali o original do segundo romance que comecei a escrever e perdi quando troquei de micro (sei que entreguei a duas pessoas no mínimo, mas essas não se deram ao trabalho de procurar...).
3.9.07
The Art of Losing
21.7.07
(fotografias tiradas em Sans Souci, Eldorado do Sul, RS, hoje -- em passeio de volta ao lugar que durante um tempo me pareceu o melhor do mundo -- ainda parece, mas lá não tem cinema, colégio bom, shopping, tele-entrega, etc...)
14.7.07
Wild Honey
27.6.07
Quando o Romário fez seu "Gol 1.000", comentei aqui em casa: "Ih, ó o cara aí. Eu sei fazer gols, mas ele não sabe traduzir. Ele faz 1.000 gols e o mundo olha pra ele. Eu vou para o meu centésimo livro e o mundo nunca ouviu falar de mim. Garanto que o Romário não traduz, e acho que nunca leu nem 10 livros."
Pois ontem o Sedex me trouxe meu CENTÉSIMO livro para traduzir. Felizmente, um livro interessante, lindo, de massagem pediátrica. Agora, ao lado dele, estão me esperando ainda o livro número 97 e 98. Estou com três livros para traduzir bem aqui (e mais 80.000 palavras de mecânica...).
Esta semana, portanto, estou celebrando, apertando minhas próprias mãos em cumprimento (porque pessoalmente ninguém fez isso ainda, exceto minha mãe, mas mãe não conta, né?).
Depois de uns 70 e-mails de cumprimento dos meus amigos tradutores, comeceu a ficar melancólica e até agradeci publicamente ao meu grande anjo platônico, quando se manifestou dizendo que se sentia especialmente gratificado com minha conquista. Deve mesmo sentir-se.
Depois de 20 anos traduzindo, venho aqui, ao som de "Smile", do David Gilmour (calminha que dá gosto), compartilhar com vocês duas idéias, extraídas dessas minhas meditações na comemoração aos 100 livros.
Uma delas é que finalmente minha árvore tradutória amadureceu e os frutos caem em minha cabeça. Já não preciso subir na árvore, desesperada, buscando frutinhos ainda pequenos e verdes, ansiando pela colheita farta. A árvore levou uns 19 anos para firmar, mas agora posso colher seus frutos. Isso me alegra.
A outra é que acho que, pretensiosamente, vou fundar o Clube dos 100. Não que o clube vá ter 100 sócios. Não.
Terá uma dúzia, no máximo. Clube dos Tradutores do Inglês que já Traduziram 100 livros. Clube dos 100, portanto. Esse clube restrito, selecionadíssimo, o fino da elite (mal paga) das editoras, formado por felizes e exaustos tradutores que já verteram lágrimas sobre o teclado do computador, bem poderia servir a um fim bem legal: já pensou se cada um deles doasse seus 100 ou mais livros a uma biblioteca? Já pensou se cada um deles pedisse 6 exemplares de cada livro que traduziu às editoras (geralmente recebemos um, no máximo 2 exemplares) e, no conjunto, então, formássemos 6 minibibliotecas com 1.200 livros para doar à comunidade? Já pensou?
... Deixa.
Acho que a consciência de que num país que não lê eu consegui traduzir cem livros me subiu à cabeça e me deixou meio assim... boba, entende?
Mas eu mereço ficar boba uma vez a cada vinte anos.
Parabéns pra mim.
4.5.07
Diário de Uma Mulher Comum XII
Isso de se sentir ridícula é falta do que fazer, baby.
Yeap.
Ontem, pré-estréia do Homem-Aranha 3.
Levei minha filha ao 1. Levei minha filha ao 2. Desta vez, ela só poderia ir comigo segunda ou terça-feira, e como nossa agenda está lotada para 2a e 3a feira próximas (graças a DEEEEEEEUS!), encaramos uma pré-estréia, à 00:01.
Cinema lotadíssimo, acho que eu e mais meia dúzia éramos os mais velhos ali. Turma variando de 25 a 18 anos. Uma festa, com direito a parabéns de todo mundo a alguém lá no meio da platéia (antes de começar, porque esperamos meia hora sentados até o início do filme), hino do Grêmio, bateção de pé nos comerciais, assovios e tudo o mais, permeado por um cheiro insuportável de pipoca.
Valeu a pena.
O que mais gostei? O Homem de Areia.
Antes disso, a única vez em que eu havia ido ao cinema tão tarde foi na infância. Véspera de Natal, meia-noite, sessão do Mogli, com meu pai. Depois só fui mais uma vez ao cinema com meu pai, assistir 2001, Uma Odisséia no Espaço. Eu, pequena, discutindo com ele detalhes do filme. Nunca esqueci, assim como nunca esqueci que deveria ter levado mais meu pai ao cinema (agora é tarde pra arrependimentos..).
Mas enquanto escutava e via a farra antes do filme, recordei (eu que não sou dessas coisas) as matinés da minha pré-adolescência.
Todo fim-de-semana, sagradamente, o Cine Rey, lá na galeria superior, que era onde eu gostava de sentar, e as guerras de pipocas, bolas de papel, os filmes de faroeste (que eu adorava) e os grandes épicos. Nenhum filme muito novo, mas sempre a mesma emoção. Talvez eu tenha assistido a um musical, mas francamente, acho que as matinés eram uma sucessão de filmes bíblicos e faroeste. Não importava. Bom mesmo era vestir a calça jeans e todos os domingos saber que ia ao cinema, eu e meu irmão mais novo.
Enquanto recordava, lembrei:
Cada saco de pipoca. Cada ingresso. Cada pacotinho de Bibs crocante. E também cada passagem de ônibus. Cada pequenina coisinha dessas saía do bolso de uma mulher que tinha três filhos e fazia milagres para dar a eles tudo o que os outros tinham.
Eu tinha uma única calça de passear (cor-de-rosa, deus me livre) e uma calça jeans que nem era jeans, mas "brim" (Topeka ou US.Top, não lembro). Tênis era o Bamba, porque fora isso só os importados. E quando roubaram minha calça cor-de-rosa do varal, ficaram só as jeans e minha mãe correu pra mandar fazer (mandar fazer!, ainda existe isso?) uns vestidinhos para mim.
Mesmo assim, entre altos e baixos, estudei metade do tempo em escola pública, metade em escola particular (dependia do recheio da bolsa da minha mãe).
Meu pai vivia de sonhos. Minha mãe vivia de contas a pagar, que a impeliam à frente. Como eu.
Hoje, acordamos cedo e fomos a outro colégio particular, depois que o Sevigné "recusou" minha filha, sem mais explicações, me trazendo uma depressão, a sensação de ser ridícula, feia e pobre. Encantamo-nos e minha filha não apenas foi aceita, como desde o primeiro momento a trataram como aluna (o contrário do Sevigné, onde tive a impressão de que precisava convencê-los de que merecíamos pisar lá).
Então o que têm o Homem-Aranha e o Colégio Champagnat a ver um com o outro?
Nada.
Exceto uma mãe que faz tudo, absolutamente tudo para que a filha tire boas fotos mentais de sua vida, tenha bons exemplos para quando for ela mesma mãe, possa reviver mentalmente, um dia, esses nossos momentos e o meu esforço para lhe dar as coisas materiais que meu bolso permite, os abraços que meus braços contêm e os sonhos que minha alma transpira.
Já não sou-estou ridícula.
E só o que faltava para eu melhorar eram sonhos -- seja na forma de um filme, ou de um colégio ideal.
1.5.07
Essa sensação de seres-estares ridícula é tua, apenas. Basta teres em mente (se o ridículo permitir espaço) que outros não sabem que te vês assim. Para eles, estás bem. És boa. És acima da média em muita coisa, embora teus emaranhados conflitos te digam sempre, apontando um dedo sujo: "ridícula! ridícula!"
Isso de te sentires ridícula passa.
Talvez daqui a alguns anos.
Mas passa.
25.4.07
Incongruente
Meia hora depois, aonde foi o tempo, tanto a fazer e as expectativas todas de que hoje sim, vai ser um grande dia -- e mais lindo que esse céu cinza-chumbo e o vento geladinho é minha alma que fica cantando e rindo ao ler o jornal onde hoje não, nada de crimes. Fico sabendo que nos quartéis serviam coxas e asas de galinha e perguntavam: "Vai decolar ou quer o trem de pouso?"
Café, rua.
E eu nem sei o que vestir, nunca.
E eu nem sei como olhar nos olhos das pessoas formais, tão normais, e preciso conferir o que é que se usa quando se é entrevistado para ver se aceitam nossa filha numa escola melhor. Como é que me visto para ir a uma escola melhor se sou "só" mãe, tradutora, pretendente tola a escritora, se por dentro me visto tantas vezes de tanta coisa diferente e por fora, sei lá, nunca tenho idéia se estou bem. Surpreendo-me porque pareço estar mais bem vestida do que a média das mulheres que vejo lá (mas decido que hoje só vieram as mal vestidas, de modo que eu estar bem nem é vantagem) -- e ainda assim, não estou à vontade nunca, mesmo sabendo que ninguém me olha. Eu não chamo a atenção (e uma hora depois é isso que me entristece, quando pouco antes me alegrou porque, pelo menos, me ajusto à multidão, não sou um absurdo ambulante -- externamente, ao menos).
Eu não chamo mais a atenção.
Suspiro.
E mais um suspiro.
Eu acho que não, pelo menos.
Incongruente, passo duas horas deprimidíssima. Eu sou a palhaça que tem um sonho. Um não. Talvez uns três ou quatro, dois deles grandiosos, dois nem tanto assim. E no entanto, Sísifo sempre rola pra baixo com sua pedra, de modo que qualquer sonho é mais ou menos em vão.
(enquanto isso, vou vivendo entre o colapso e o êxtase)
E rio novamente quando alguém me chama a atenção contando que nesse exato momento tem alguém muito mais triste que eu. E com motivos.
Decido que sou feliz.
Mas o telefonema não vem.
Entretanto, aquela voz (Denise!) que tento recapturar da adolescência fala direto no meu ouvido, no telefonema após tantos anos e já de novo sou -- feliz.
Muito feliz.
Uma privilegiada, talentosa, cheia de encantos.
Talvez daqui a pouco eu-boneca-de-pano me deite trapo. E acorde princesa.
Já nem sei.
Chego a pensar que sou bipolar.
(será que existe algo como alguém tri ou quadripolar? Rá, tá vendo como sou incongruente, pra não dizer burra?)
Vou acabar me acostumando. Se é verdade que piscianos são influenciados pelo cosmos, com essa loucura que anda no mundo também estamos ficando loucas.
Tá explicado, enfim.
Com endereço certo
"In Your Eyes" - Peter Gabriel
love I get so lost, sometimes
days pass and this emptiness fills my heart
when I want to run away
I drive off in my car
but whichever way I go
I come back to the place you are
all my instincts, they return
and the grand facade, so soon will burn
without a noise, without my pride
I reach out from the inside
in your eyes
the light the heat
in your eyes
I am complete
in your eyes
I see the doorway to a thousand churches
in your eyes
the resolution of all the fruitless searches
in your eyes
I see the light and the heat
in your eyes
oh, I want to be that complete
I want to touch the light
the heat I see in your eyes
love, I don't like to see so much pain
so much wasted and this moment keeps slipping away
I get so tired of working so hard for our survival
I look to the time with you to keep me awake and alive
and all my instincts, they return
and the grand facade, so soon will burn
without a noise, without my pride
I reach out from the inside
in your eyes
the light the heat
in your eyes
I am complete
in your eyes
I see the doorway to a thousand churches
in your eyes
the resolution of all the fruitless searches
in your eyes
I see the light and the heat
in your eyes
oh, I want to be that complete
I want to touch the light,
the heat I see in your eyes
in your eyes in your eyes
in your eyes in your eyes
in your eyes in your eyes
16.4.07
Era tudo tão branco e gelo, B. (será que ousarei um dia escrever teu nome inteiro? Nada me impede -- mas nada me impele).
Se eu ousasse mergulhar no meu inconsciente recolhendo pedacinhos de símbolos perdidos na minha forçada racionalidade, poderia dizer-te que me descobri frígida -- ora, tanto gelo, tanto frio e tanta neve... Porém, como poderia o inconsciente ser traído por minha declaração no teu ouvido?
No sonho, eu trabalhava em uma emissora de TV. Tudo muito branco ou cor de gelo sujo. E lá fora, tanta chuva.
No sonho, retirei-me para uma sala de fumantes, igualmente branca, com mesas gelo-sujo, onde estavam três mulheres descoradas e desbotadas, que mal me notaram.
Parei-me a olhar pela janela enorme de vidro, vendo que agora nevava, forte, grossos flocos caindo pesados no chão branco sujo.
E vieste então.
De repente, estavas ali, tu, a única coisa colorida, quente e macia, e me prendias no conforto acolhedor do teu abraço longo de corpos unidos inteiros. Um abraço desses de ficar a vida toda.
E me apertavas e me dizias em tom urgente no ouvido:
-- Me dá um motivo.
E eu te dizia, em tom insistente:
-- Eu sempre fervi. Eu sempre fervi!
Ah, B., pudesse esse ser um motivo válido para esqueceres que procuras uma praia onde o sol sempre brilhe... Pudesse eu substituir esse calor que buscas pela febre que sempre houve em mim... Pudesses tu ser esse calor e minha única cor, num mundo sujo (pelo menos, branco...)...
Quase nem ousei confessar-te meu sonho, porque a modéstia sempre me impediu de te dizer que ainda tenho febre. A humildade dos meus sentimentos não colaborou para que eu te exigisse, te puxasse e te pusesse concreto nos meus braços, não etéreo e onírico.
Enquanto o gelo e o branco sujo varrem minhas noites, tu procuras a praia, numa busca incansável do paraíso onde talvez tudo ferva.
Mas não eu.
Ali.
Era só isso o que meu tantinho de coragem queria te falar. Que ontem à noite me abraçaste. E que entre os abraços últimos, nenhum teu foi o primeiro. E mesmo assim, me confortas, porque te sinto, te cheiro, te pressinto sempre em mim, com a saudade que temos de quem não vemos há vidas inteiras. E que talvez só reencontremos em outras.
9.3.07
6.3.07
E eu nunca fui madrinha de nada
Nem de um lançamento de algo.
Nem de batismo.
Nem de casamento.
Nem de formatura.
Então, agora, enquanto eu própria puder dispensar padrinhos e madrinhas novamente na minha vida, vou pegando por aí todos os afilhados e afilhadas que puder (coleguinhas pobres da escola da filha também contam).
E não é pra "aparecer". Não estou contando outras coisas que faço, só contei o lance do Éverson porque a alegria superou o silêncio que julgo fundamental em quem pratica algo bom.
É porque a gente se sente muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiitooooooooooooo bem, ajudando alguém que merece.
28.2.07
E por falar em dia perfeito...
Começou com um plano simples: passar dois dias e um pedacinho de outro em um lugar tranqüilo para atender minha sede de natureza e a promessa feita à filha de que a levaria para cavalgar à vontade.
Descobri um lugar e pessoas que imediatamente conquistaram meu coração.
Vacaria fica a 910 metros de altura, uma das cidades mais altas do Rio Grande do Sul. E meu plano simples era, além de deixar minha filha andar a cavalo, viajar para longe (4 horas de Porto Alegre), para um lugar que eu não conhecia.
Na passagem, em Caxias do Sul, pensei "naquele gringo" e lamentei não ter levado Johnny Lang no MP3. Se mãe e filha não estivessem comigo, acho que teria dado uma de louca e ligado do celular dizendo "Oi, tô passando pela tua cidade, queres me ver?". On second thought... Melhor não. Já pensou se a resposta fosse um sonoro e cantado (no seu sotaque gracioso) "nããããoooo..."?
Anyway.
Meu plano simples levou-me a uma cidade aparentemente sem graça e decepcionante, ao chegar lá quando escurecia.
Logo ao descer do ônibus, veio ao nosso encontro o Heitor, com quem eu havia conversado ao reservar o apartamento na pousada. Moço bonito, educado e cheio de histórias, que nos levou até nosso destino final enquanto caía a noite e nos contava um pouquinho da história de Vacaria. E eu ouvindo. E ouvindo. E ouvindo (quisera escutar a noite inteira). E, por ele, eu soube que Vacaria não é tão feia assim, não (pena que não pude conferir realmente, já que a pousada é um pouco afastada da cidade).
Para resumir uma longa história (pois tudo que se sente verdadeiramente, de coração, tende a penetrar muitos níveis na nossa consciência, trazendo associações e fazendo com que tudo seja ampliado e adquira mais sons, mais cores e mais detalhes do que aparentemente teriam, aos olhos desinteressados de um observador casual -- eu não observo nada casualmente):
Eu nunca, nunquinha, havia estado em um lugar como aquele. Comer bem, à vontade, todas as refeições e mais cafezinho livre, leite das vacas de lá mesmo, chá, e ainda mais pipoca quentinha no meio da tarde, como se fôssemos visitas, não hóspedes. Ver minha mãe saindo para "passear" com a dona da pousada que ia à cidade fazer compras. Ouvir essa senhora muito bonita que, com seus 78 anos, tem histórias que não acabam mais, uma mais interessante que a outra.. Conviver com outros hóspedes como se estivéssemos em uma sala de estar, num sábado chuvoso... Andar a cavalo na companhia de uma instrutora também cheia de histórias e delicadeza, que nos chamava a atenção para uma lebre que passava veloz na nossa frente, para o casalzinho de corujas quietinho no chão...
Eu nunca havia estado em um hotel ou pousada onde houvesse um armário cheio de livros - de romances a Dicionário Aurélio - tentando-nos a ficar mais dias, para poder escolher um durante um inverno tenebroso como devem ser os invernos por lá.
Vídeos aos montes, também (não vi DVD...).
Acesso em Banda Larga à vontade (pena que o Norton anti-vírus deles deixe o computador se arrastando...).
Funcionários que dá vontade de trazer junto para a nossa casa.
Boa-vontade e simpatia que não acabam mais.
Sempre amei a natureza. Sempre amei pessoas de todas as cores, idades e tendências.
Encontrei na Pousada Capão do Índio a união do que me faz sentir viva.
QUERO VOLTAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRRR! (É só arranjar tempo e dinheiro...)
http://www.capaodoindio.com.br
Ele
(ELE falava à minha alma e eu o escutava. Quando começou a falar apenas para os meus ouvidos, desliguei corpo, cérebro e coração. Mas me faz sentir querida, com a música que chama "Perfect Dayse". Em um mundo perfeito, H., eu te amaria e seria feliz - e melhor ainda, tu me amarias também.)
Lou Reed - Perfect Day
Perfect Day
Just a perfect day,
Drink Sangria in the park,
And then later, when it gets dark,
We go home.
Just a perfect day,
Feed animals in the zoo
Then later, a movie, too,
And then home.
Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.
Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
It's such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.
Oh it's such a perfect day,
I'm glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow,
You're going to reap just what you sow...
12.2.07
Innocence
Innocence, produção francesa de 2004, é um filme perturbador. A história começa quando um caixão chega a uma espécie de internato/prisão/escola para moças e dele sai uma menina vivinha da Silva, que então é cuidada por um grupo de meninas, variando dos 6 aos 12 ou 13 anos. Vivem em um lugar sem contato com o mundo exterior, são "codificadas" por cores nas fitas dos cabelos e usam apenas roupas brancas, o típico uniforme que faz pedófilo babar. Aliás, o filme inteiro é sutilmente convidativo para instintos mais básicos e baixos, embora não haja absolutamente nada explícito.
As menininhas têm aulas intensivas de balé e de biologia e se preparam todas para algo que as menores não sabem o que é e que para o espectador também não fica claro. Todas as noites, ao atingir certa idade, uma delas vai a um lugar misterioso aonde as menores são proibidas de ir, mas o espectador não a acompanha e, portanto, não sabe qual é ou o que acontece nele.
Elas não sorriem, não recebem visitas, não sabem o que é afeto de um adulto e até menstruarem não vêem sequer um homem. Como chegam muito jovens, em pouco tempo já não perguntam sobre família e seu universo torna-se o dia-a-dia nos prédios em meio ao bosque.
Ao final de sua "formação", as meninas são levadas e largadas no meio de uma grande cidade, em local público. E mais uma nova "aluna" chega em um caixão ao internato.
Eu tirei minhas conclusões, mas o filme é aberto a várias interpretações para as pistas assombrosas e desconfortáveis que vão sendo lançadas. O problema é que quando chegamos à conclusão mais ou menos óbvia, julgamos terrível demais para ser verdade
Belíssima fotografia
Aos que não gostam de filmes lentos, um conselho: assistam mascando chiclete para não caírem no sono, porque vale a pena.
7.2.07
30.1.07
Across the Universe (uma das minhas músicas preferidas)
cup,
They slither while they pass, they slip away across
the universe.
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my
opened mind,
Possessing and caressing me.
Jai Guru Deva Om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Images of broken light which dance before me like a
million eyes,
They call me on and on across the universe.
Thoughts meander like a restless wind inside a letter
box,
They tumble blindly as they make their way across the
universe.
Jai Guru Deva Om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Sounds of laughter, shades of earth are ringing
Through my open ears inciting and inviting me.
Limitless, undying love, which shines around me like a
million suns,
And calls me on and on across the universe.
Jai Guru Deva Om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Jai Guru Deva
Jai Guru Deva
Jai Guru Deva...
27.1.07
Se inveja matasse...
Um deles saiu de Miami, o outro foi do Rio de Janeiro para encontrar-se com o amigo lá na Flórida, tendo enviado sua moto possante por avião, antes, até onde o amigo estava.
Saíram com destino certo, aparentemente depois de dois anos planejando a aventura.
Homero e Gildo desceram pela América Central, visitaram templos maias, evitaram grandes centros urbanos, andaram pelos Andes, fotografaram tudo, colocaram num blog desde antes da partida e narraram sua viagem.
Um dia, muitos anos atrás, meu irmão (Edinho, que era fanático por moto e morreu em uma, em 1992) planejou comigo uma viagem um pouco mais modesta, mas não menos espetacular. Viajaríamos até Machu Pichu de moto.
O sonho dele era percorrer toda a América Latina de moto. Ele quase fez isso, mas de caminhão.
Eu nunca saí do Brasil.
Meus sonhos aventureiros acabaram ficando restritos à cadeira na frente do micro. Viajo, mas como o Traveller de "O Jogo da Amarelinha", do Cortázar, sem sair do lugar.
Homero e Gildo saíram de Miami e chegaram ao Rio de Janeiro, contornando a América do Sul.
Eu não sou uma pessoa invejosa. Não mesmo.
Mas juro que quase choro de frustração (e de prazer), lendo seu blog.
Uma parte muito engraçada, quando Homero (que é quem escreve o blog) fala sobre o hábito dos nobres maias de viverem lá no alto de suas construções, enquanto a ralé ficava nas casinhas baixas (e que se desculpem seus erros de português, porque isso não tem a mínima importância:
Em Honduras existem as ruinas Mayas de Copan, mas Gildo e eu estamos satisfeitos em ver ruinas Mayas. Este sobe e desce nos templos arruina com a gente. Mas é incrivel que os Mayas dominaram o que hoje encampa do sul do Mexico, Belize, Guatemal Honduras e El Salvador. E no entanto, desapareceram. Existem muitas semelhanças entre as civilizaçoes de 3000 mil anos atraz e a nossa. Os mais afluentes moravam em "condominios fechados" e os menos afortunados do lado de fora. Os mais ricos moravam nos templos mais altos e quanto mais importante , mais alto sua casa ficava.E no entendo não souberam compreender que a super população e a destruição sistematica da floresta fez com que houvesse escasses de chuvas, de comida etc. Por isto eles desapareceram como civilização organizada, se dispersando no que hoje são estes paizes citados acima. Este ciclo dos mais nobres viverem na parte mais alta foi quebrado por uma tribo do rei africano Favelikus I, que ao desembarcar nas costas do Rio de Janeiro, iniciou sua dinastia na mata Atlantica, fundando o templo Viy-dih'gal devido a sua vista previlegiada. Seu filho, Dah-ky'num-sayo I continuou sua obra e hoje temos os descendentes de seu neto Dah-ky'ninh-quehm-myhtihra II usufruindo da bela vista Atlantica.
25.1.07
Diário de uma mulher comum XI
15.1.07
Felizmente, essa sensação logo terminará, assim que passarem esses dias miraculosamente fresquinhos que têm refrescado o Sul e esquentado minha libido criativa, na última semana.
Ah, sim.
Antes que me perguntem: sim, quero me apaixonar.
Mas não por qualquer um.
Sim, sei que sou exigente (nem sei se posso ser, com meus atributos e a falta de.).
Ah, quero que algo avassalador tire-me a racionalidade e rapte minha mente, que insira fantsias e sorrisos e desejo incessante e suspiros e taquicardia.
Só não sei onde está esse homem.
Mas chegará.
Espero por ele.
Enquanto isso, treino a paixão sem dono, nos dias e noites de vinte graus de temperatura em pleno verão.
5.1.07
Os Dervixes Rodopiantes
Atualmente, ando mergulhada no mundo da morte (!). "Morte", no livro que traduzo e para mim desde sempre, nunca significou o fim de nada, apenas uma passagem, uma transição.
Traduzo um dos mestres da psicologia transpessoal, pela segunda vez. Um livro que fala sobre a preparação, treinamento e aceitação da morte, além de contar como povos antigos e diferentes culturas e religiões abordam os ritos de passagem que envolvem a "morte experiencial", isso é, morrer antes de morrer, para não temer a morte (uma coisa que já faço há muitos anos).
Deparo-me, no finzinho do Capítulo 4 do Stanislav Grof, com uma menção aos dervixes rodopiantes. Eu já ouvira falar do sufismo e sempre admirei sua filosofia e ensinamentos, , mas desconhecia os dervixes rodopiantes, que por movimentos que se assemelham a órbitas dos planetas, rodopiam incessantemente, por horas e dias, em transe, para alcançarem a consciência pura e plena.
Se pudesse assistir a uma cerimônia dessas, seria uma das coisas mais belas que já teria visto nesta vida.
Mais em: http://64.233.161.104/search?q=cache:fgq_zfqS3xgJ:www.asgard.hpg.ig.com.br/religiao/islam/dervixe.htm+dervixe&hl=pt-BR&gl=br&ct=clnk&cd=2&lr=lang_pt