Estou muito triste, mas estou em paz.
Não há como não chorar.
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Amigos que eu achava que tinha, descobri que nunca tive.
Pessoas que eu desconfiava serem boas, mostraram-se maravilhosas.
Algumas mágoas, tentarei não levar para sempre. Perdoarei, eventualmente - e descartarei essas pessoas da minha vida, porque não servirão para nada, se em um momento de tanta dor não se manifestaram.
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Li hoje, em um site de Testemunhas de Jeová, que a dor da perda vem em ondas.
Por enquanto, é Tsunami.
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Há amigos a quem ainda não contei que perdi minha mãe.
Não contei porque quero poupá-los das minhas lágrimas.
Prefiro chorar sozinha.
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Sei que um porta de afeto se fechou, mas deu lugar a que muitas outras se abram.
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Renate e Mônica, como vocês foram queridas! Colegas de tradução, mulheres, seres humanos sensíveis, amigas.
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E em tudo isso, eu estaria um pouquinho melhor se essa m* de tala gessada não me impedisse de limpar minha casa, lavar sozinha os cabelos, lavar louça e me vestir direito. Acho que segunda-feira ponho o gesso - com 5 dias de atraso - ou encaminho a cirurgia, que a tomografia mostrou ser necessária, porque uma lasca de osso da fratura foi parar perto do dedão, bem longe da fina linha reta onde o osso do pulso se partiu. Diz o médico que se não operar, ficarei com limitação de movimentos do pulso.
Tudo isso porque a pessoa que ficaria com minha mãe no hospital domingo passado não apareceu, meu irmão foi até lá mas não queria (ou não podia) ficar e eu, na pressa, na preocupação, no cansaço (turnos intermináveis de 12 a 15 horas no hospital, todos os dias), fui descer a escada para a lancheria após 4 horas de fome junto ao leito da mãe, tropecei e, para evitar uma queda muito feia, levei os braços à frente e no mesmo instante senti a fratura no punho direito, clec clec.
Um comentário:
Dayse, querida
Não tenho as palavras certas nem as incertas para te dizer agora, muito menos depois de ler seus últimos posts.
Não queria que se sentisse só de forma alguma, e espero de coração que meu e-mail (que mandei quando li a mensagem da Renata na lista) tenha chegado aí com o meu abraço. O abraço continua forte, firme e carinhoso. Assim como todo e qualquer oferta do meu tempo, do meu espaço - nem que seja o 'virtual' - para você a qualquer momento que você quiser, precisar, desejar.
Não posso imaginar a sua dor e tenho medo de senti-la um dia. Mas você tem razão quando diz que sua mãe criou uma mulher forte - e aqui eu acrescento: sensível, boa, generosa, de alma especial.
Fique bem, minha querida, de alguma forma. Olhe para 'aquela que traz a alegria', a sua Letícia, e procura ver o futuro ali, para que possa recuperar a esperança e, um dia, um pouco de alegria de viver.
Cuide-se bem agora. Cuide do seu braço, de você, do seu coração.
Estou aqui. Sempre, ok?
Mais um beijo grande e mais um abraço bem apertado.
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