Quinze minutos contigo…
Eu não diria não”...
Sonhei contigo novamente.
Tu falavas de Sartre e eu só queria existir, sem pensar na existência além daqueles quinze minutos na escuridão do pátio. Borbulhantes sons do chafariz com querubim no meio fazendo pipi faziam fundo à tua voz efervescente.
Tu falavas de vida, e eu imaginava uma morte, um desejo máximo a me tirar do mundo.
Dizias de tuas pretensões literárias, de teus planos, com lábios rápidos de entusiasmo e só o que eu fazia era imaginar essa mesma boca com sua tagarelice sem som ao sul do meu corpo.
Estavas de novo naquele pátio. E depois, estavas no bar minúsculo, bebendo vinho, tremendo de frio, enrolado no teu cachecol, romântico como um herói.
E eu de novo te ouvindo, pensando que sempre serias belo, sempre jovem e ardente.
Sonhei que ainda me contavas. Que ainda me amavas. Platonicamente. Inconscientemente. Puramente. Eternamente.
Em meus sonhos, estou sempre junto àquela fonte, sentada na escuridão contigo e finalmente me dizes as únicas palavras que aparentemente esqueceste de dizer, no teu amplo repertório de assuntos, temas, delírios e criações: “Take me to the heaven of your bed”...
Deixaste-me na fonte. Sozinha no pátio. E nos meus sonhos sempre é inverno. E sempre estás por chegar, ainda com teu rosto de herói, mudando meus desejos, mas não o mundo.
* The Smiths
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