Não sou teu bichinho
Vem cá, vai lá, senta aqui, rua!
Não sou teu aparelho de TV portátil também
Com imagem, som e algumas distorções,
Que carregas pela casa, desligas quando queres,
Que levas para a cama e com o qual interages como louco – às vezes
Não sou teu jornal – nunca conseguiste ler minhas manchetes gritantes.
Não sou sequer o cacto que te dei – que esqueceste de regar e que, embora tão resistente, mesmo assim morreu.
Não sou teu remédio, que rejeitas na pretensão de morrer.
Nem teu gole
Nem teu pesar angustiado.
Sou apenas teu filme em preto-e-branco.
Sem legendas.
Em língua estrangeira.
Incompreensível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário