Li teu texto mas não sei brincar com palavras (antes, elas brincam comigo)
Li mas ante a convocação-convite, calo-me, porque não sei inventar o que, vago demais, não me cabe, exata nos meus desejos e certa de minhas carências.
Não sei disfarçar coisas (nem intenções) em meias- ou quarto-de-palavras e não posso ler quatro vezes até me entender em meio a vagas conotações.
Li teus textos (tantos, Torin), mas em mim falta algo – a expressão do fundo d’alma (e não é que em mim inexista, mas minh’alma se esconde e, antes, não mostrá-la sequer em disfarces).
Li teu texto, mas me escrevo todo o tempo e não sei descrever outros (antes, outros me descrevem, sempre com inexatidão divertida).
A Sheerazade que em mim habita não sabe criar contos (nem poesia).
A personagem que mora em mim contenta-se em respirar letras, sempre imperfeitas (e minha imperfeição só se mostra quando abro as tuas letras e elas me mostram que meu caminho ainda está pela metade, sempre com dez montes altos à frente dentre os quais eu, Sísifo, decido sempre pelo errado para subir com minha pedra)
Um comentário:
Reli teu último post
Hoje soou diferente
Não acredito em tuas imperfeições
De que tuas palavras não sabem de ti
Nem teu tempo diferente
Nem tua improbabilidade em desconcertos
A letra é sua, eu vejo
A vontade também é sua, quase ouço
E quando nos descrevem somos sempre
Uma parte de todo todo
Tão pouco
Porque somos demais
Mas me diz:
Qual o teu desassossego?
Beijo,
Herne
Postar um comentário