Steven é meu amigo há... sei lá. Muito tempo. Desde os tempos em que eu precisava usar uma calça preta e justa e contar a ele que me senti sexy, porque na época eu estava perdendo a capacidade de me sentir assim e só ele parecia querer que eu além de parecer, fosse mesmo sexy.
Ultimamente, meu amigo deu pra pensar muito na vida, depois que sua irmã encontrou o namorado inconsciente, de cara pra baixo, deitado no quarto. E já fazia uns 3 dias que o coitado estava assim. Não morreu. Talvez fosse melhor ter morrido. Está totalmente desconectado, vegetando. Então Steven tem pensado no que foi, no que é e no que será.
Ultimamente, ando eu também pensando nessas mesmas coisas.
Parece que meu amigo e eu estamos nos sentindo à beira de algo. Se for pra ser otimista, direi que estamos beirando a maturidade. Se for para ser realista, acho que estamos com medo de ficar velhos. De qualquer forma, andamos pensativos.
Pois hoje ele me mandou seu e-mail terminando de contar a história do pobre do namorado de sua irmã que foi encontrado de cara pra baixo e transformado em um vegetal, depois de um derrame.
E mandou uma foto.
Aí eu me pergunto: que homem que eu conheço seria tão macho ao ponto de se fantasiar de um dos Sete Anões, com barba, calça larga, gorro de bolinha na ponta e nariz de bolinha vermelha?
Que homem eu conheço que, fantasiado de Dunga (ou um dos outros, francamente eu não sei qual), estaria com a boca lá nas orelhas, feliz da vida, sem sentir-se pagando mico, ou rebaixado, ou ridículo?
Steven me faz rir, porque para ele nada é chocante, ou ridículo, ou tolo demais para merecer seu tempo, ou tabu, ou desmerecedor de sua maravilhosa atenção.
Steven tem um filho, um adolescente pouco mais velho que minha própria filha.
É músico, toca jazz, talvez grave um CD, é excelente poeta e tem mente muuuuuito aberta, tanto que sabe que pode se fantasiar de qualquer coisa e continuará sendo um dos homens mais charmosos que já conheci.
Steven só não é perfeito porque preferiu importar uma brasileira e casar com ela nos Estados Unidos que exportar-se para cá e casar comigo.
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