12.2.07

Innocence



Innocence, produção francesa de 2004, é um filme perturbador. A história começa quando um caixão chega a uma espécie de internato/prisão/escola para moças e dele sai uma menina vivinha da Silva, que então é cuidada por um grupo de meninas, variando dos 6 aos 12 ou 13 anos. Vivem em um lugar sem contato com o mundo exterior, são "codificadas" por cores nas fitas dos cabelos e usam apenas roupas brancas, o típico uniforme que faz pedófilo babar. Aliás, o filme inteiro é sutilmente convidativo para instintos mais básicos e baixos, embora não haja absolutamente nada explícito.
As menininhas têm aulas intensivas de balé e de biologia e se preparam todas para algo que as menores não sabem o que é e que para o espectador também não fica claro. Todas as noites, ao atingir certa idade, uma delas vai a um lugar misterioso aonde as menores são proibidas de ir, mas o espectador não a acompanha e, portanto, não sabe qual é ou o que acontece nele.
Elas não sorriem, não recebem visitas, não sabem o que é afeto de um adulto e até menstruarem não vêem sequer um homem. Como chegam muito jovens, em pouco tempo já não perguntam sobre família e seu universo torna-se o dia-a-dia nos prédios em meio ao bosque.
Ao final de sua "formação", as meninas são levadas e largadas no meio de uma grande cidade, em local público. E mais uma nova "aluna" chega em um caixão ao internato.
Eu tirei minhas conclusões, mas o filme é aberto a várias interpretações para as pistas assombrosas e desconfortáveis que vão sendo lançadas. O problema é que quando chegamos à conclusão mais ou menos óbvia, julgamos terrível demais para ser verdade
Belíssima fotografia
Aos que não gostam de filmes lentos, um conselho: assistam mascando chiclete para não caírem no sono, porque vale a pena.

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