19.1.08

A alma, my demon, a alma...

É certo que minha vida faz-se por música.
Ele me deixa um recado bitter-sweet. Sempre sweet, mas bitter porque deixamos de viver algo e nunca saberei como teria sido. Eu presumia que sua alma encontrava-se com a minha quando nossos corpos estavam separados, porque quando os corpos encontravam-se, não sobrava espaço entre nós para outra coisa. E eu sentia, literalmente, que meu espírito se afastava de mim, perto dele. Sentia sono, sentia frio, sentia uma solidão que não sabia explicar, perto dele. E na distância, o sentia tão próximo...
É certo que noite e dia eu respiro música (além das letras das traduções), e cada pequenina coisa que me ocorre me traz as palavras de uma canção, como se eu, desregulada e esquizo, ouvisse vozes. Sempre.
Mas a voz dele me chega em palavras escritas.
eu te amo
(...)
eu sempre vou te amar
viva a dayse

E então a voz dele some e meu cérebro lhe responde imediatamente. Em uma fração de segundos, me vêm as palavras de outros para dizer-lhe o que sinto.
É triste que teu olhar doce tenha me fugido. É triste amar alma, e apenas isso. É triste e doce, a certeza de amar assim, descarnados nós, amar espiritualmente, e ainda com saudade da carne. Mas se carne nos bastasse, seríamos bem felizes. O que faz falta é a alma, meu querido H. E isso temos, mas não nos bastou.

The Lettermen
Love me like a stranger


Where is all the fire,
all the wild desire,
that we felt before?
The hunger in your touch,
that made you give so much,
and want me more and more.
When it all began,
the woman and the man,
were wilder than the sea
brighter than the sun,
but look what time has done,
today to you and me.
Can't we try pretending,
that we met today,
letting our emotions
carry us away.
Tasting for the first time,
lips we've never kissed.
Recapturing the feeling
that we both have missed.
(Chorus:)Love me like a stranger
who walked into my life.
Love me like this feeling
will only stay the night.
Hold me till I beg you
not to say good-bye,
I want to meet the stranger
hiding in your eyes.

3 comentários:

Anônimo disse...

Colega, o "e se" dá mesmo nó na cabeça da gente, persegue a gente. Tomara que com os anos eu aprenda a lidar com ele, mas se tem uma coisa que minha cabeça não processa é coisa não acabada, mal resolvida, não realizada. E se? Deusmelivre do E Se.

Anônimo disse...

Dekka,

para mim não existe isso do "e se" (já falamos sobre isso). Foi. E pronto. Era pra ser como foi. E o depois... Quem sabe? Mas o "e se" não há. O que se vive, é pra ensinar as lições que foram ensinadas. E as aprendi. Por isso, dificilmente pensaria em reiniciar a partir do pensamento de "e se agora fizéssemos diferente"?
... Não funciona.
Que seja com a mesma pessoa -- mas o filme tende a ser o mesmo, com pequenas variações, e devemos estar preparados para não sentir surpresa para o final mais que esperado.

Anônimo disse...

Nossa, uma reflexão filosófica das mais profundas! Esse conflito entre alma e corpo físico perpassa minha curta experiência...