19.4.10

Eu não conhecia na pele o significado da palavra desespero.
Agora, a cada minuto que passa, ela se incorpora em mim, mais e mais.
São pequenas coisas recordadas, como uma indagação brincalhona "Será que estarei viva em 2014, quando a Copa for no Brasil?", ou nossos planos de eu voltar a morar perto dela. É o amor existente há décadas, infinito, recíproco, generoso de ambos os lados, tolerante e encantador.
De repente, o mundo perde o compasso, e o tempo adquire outro significado.
Só o que se quer é livrar alguém da dor. O que se quer é não ser tão impotente.
E de repente, perdemos o chão e toda a nossa grande sabedoria espiritual sucumbe, varrida pelo horror e rebaixada a um amor que nada pode.
E a gente percebe que, enfim, acordou.
Que essa é a verdadeira dor.
Eu não quero acordar.
Não vou suportar.

Nenhum comentário: