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3.4.17

Kumbalawé

Fazia mais de um ano que eu não escutava Cirque du soleil, e ao escutar os temas dos seus espetáculos, lembro que existe beleza, serenidade e tranquilidade bem aqui, no íntimo da gente, se deixarmos.
Ao escutar Kumbalawé eu me reencontro comigo, como ocorre sempre que escuto Cafe del Mar, Incognito e coisas do gênero. É estranho escutar essas mesmas músicas que eu ouvia quando a vida era "outra". Antes da perda.
Quando a gente perde a mãe (e quando já não se tem pai, mind you), é como se aquele que fomos sofresse uma metamorfose. Como se minha cara já não fosse mais aquela que eu tinha "antes". A de antes não poderia supor que houvesse um sofrimento assim; a de antes era a filha, e hoje não é mais filha de ninguém; a de antes sentia-se responsável por cuidar de alguém mais velho (hoje só cuida de alguém mais jovem); a de antes parecia mais bonita, mais rica em todos os sentidos, mais cheia de futuro.
É esquisita, essa metamorfose.
Minha mãe nunca vai me ver mais velha, e eu nunca mais poderei vê-la. Ponto.
A vida é mais forte que a dor.