27.2.05


Agora eu estou aqui, quando não sou burocrata, quando me dispo de livros, papéis, roles e palavras. Agora sou eu, e só sou eu quando me libero das horas contadas, dos olhos dos outros, das minúcias do dia. Agora, sem palavras, estou aqui e apago a luz. Agora já não estou. Nada sou para mim e para ti sou agora a estrada que percorrerás querendo chegar veloz, para repetir o percurso depois que a ânsia por descobrir aonde te levo acalmar. Sou boca e voz. Sou lenta agonia à espera do meu mestre, ouvi
dos atentos aos passos dos pés nus.

Que subirão na cama, de pé sobre mim, investigando por onde começar. E meu mestre me entregará tudo que há de salgado e líquido em seu corpo, na longa jornada que o levará até o amanhecer por paisagens feitas de sensações.

Deixa eu me disfarçar de caminho para o paraíso, quando me atravessares?

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Dayselinda, em primeiro lugar espero que não se incomode: peguei aquele mail seu sobre mim e coloquei no blog do meu tataritaritatá (www.tataritaritata.com.br).
Em segundo: que lindo texto nesse post. Aliás, tudo é lindo aqui.
Em terceiro: beijãozão no seu lindo coração.
Luiz Alberto Machado
www.abarata.com.br/sites/luizalbertomachado/

Anônimo disse...

E o q fazer com nossas coincidências textuais? Veja vc o meu texto... caramba, it really scares me, rs. No bom sentido.

Crus

Despe-te de tua roupa
De teus sapatos
De tua carne.

Deita tua alma aqui,
Do lado da minha.
Nós dois, crus –
O único modo possível
De sermos apenas um.

Bacioni,
Ale

Anônimo disse...

Qdo digo que seus textos são FODA não é sem razão! É exatamente assim que me sinto... Horas contadas? Pq tudo é contado hj em dia né... Paisagens feitas de sensações, que coisa linda! Poetas pra mim são aqueles que sabem dizer com palavras aquilo que sinto, e vc é uma, sem dúvida! Lindo, linda! AMEI Esse texto, qta poesia! BJO!