Dear B.
Assisti “Lúcia e o Sexo”.
Quisera ser essa que me fizeste pra ti.
Não sendo, assumo ser eu mesma e não me enganar com finais felizes.
Existem lugares que nunca conhecerei.
Bel Air. Beverly Hills. Santa Monica.
Califórnia.
L.A. está para mim como tu estás para a minha vida.
Impossibilidades.
Caro B.
Lucia decepcionou-me com seu final feliz. Teu filme tão recomendado a mim (tantas vezes!, não sei onde achaste que tinha algo a ver comigo – me vês mais lúbrica do que jamais serei, ou já fui, não sei, mas às vezes o mundo não se move pelo sexo, e sim por esperanças) não passa de um joguinho onde é possível emendar as coisas, onde a morte é superada, onde o amor vence.
Amor não vence. Nos vence.
Eu nunca quis ser quem sou.
Sonhei ser sem passado – sou.
Mas sonhei outro futuro – passou.
Sabias que o futuro também passa por nós e se não o capturamos bem ali, naquele momento, caímos naquele buraco?
Mas não voltamos ao meio da história.
Antes, viramos personagens sem trama, deslocados e desfocados.
Dear B.
Já não sonho.
Prefiro seguir em linha reta, ainda que o fim da minha história seja sem graça e bem noir. Ainda que como Greta Garbo eu fume à janela e diga ao vento, e só a ele: “I want to be alooone”.
Dear B,
Depois de “Lúcia e o Sexo” só posso te dizer:
Às vezes a vida não faz sentido. Nenhunzinho.
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