1.7.08

Quando cansados do trabalho, tiramos férias.
Para gordos, spa.
Quando desamados, divórcio.
Ao sentir sono, olhos fechados.
Quando chocados, desmaio.
Com grandes danos, coma.

Mas não existe folga para a vida.

O lado negro da morte é que não pode ser apenas experimentada (de fato, e nem me venham com experiências psicodélicas, ácidos e soluções alucinatórias).

Se a vida nos cansa, se é insuportável, se precisamos fugir por um bom tempo (de dívidas, de doenças, de amores, da fome, da dor, do horror), de nada adianta querer a morte se não temos certeza absoluta.

Ora, e se eu quiser voltar?

Precisamos inventar uma morte temporária, um ensaio de morte, algo assim como "Pré-Visualização", como quando escrevemos no blog e vemos como ficará. Faltaria apenas o botão de "Salvar" (ou NÃO SALVAR).

É preciso saber antes como ficará... Sem nós. Sem sentir nada (mas, poxa, como saberei, se não posso optar por voltar para contar?, nem me arrepender e voltar atrás?, nem lamentar minha escolha?).

A única folga para a vida é definitiva, e eu não queria desertar. Apenas, um dia, poder descansar bastante e voltar bem fresquinha (certamente...) e repousada.

Uma coisa é certa: não há folga para a vida. E isso, às vezes, não é nada justo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é... A gente não podia ter uma(s) fase(s) de *rascunho*?

Meu sonho de consumo: *entrar em rascunho* de vez em quando...

Hold on, babe!

Beijos

Min

Anônimo disse...

é aquilo de "parem o mundo que eu quero descer", né? com a opção de poder subir de novo no próximo ponto.

gosto muito de te ler
tatoca

Anônimo disse...

Voltaste renovada, pelo menos para o blog. Tenho este mesmo sentimento. Aliás, acho que qualquer ser humano. E é claro que inventamos nossas mortes temporárias, para renascermos, como as flores.
Adorei o jeito que vc falou sobre isso. Falei sobre algo parecido, coincidência né? ;)
Olha com mais cuidado que vc vai ver as folgas que temos e nem nos damos conta. A vida é justa, acredite :)
Beijo.