6.1.17

A raiz da bondade



Às vezes, as expectativas que tínhamos em relação a outras pessoas não eram, realmente, em relação a elas, mas a nós mesmos.
Como em: "Se fulano fizer isto e aquilo, eu poderei (preencha com o que você quiser).
Como em: "Se fulana (for, fizer, falar, me der), eu me sentirei (feliz, gratificado, recompensado, liberto, vingado).
Todo comportamento voltado para o outro é, de fato, um ato egoista.
Visa aumentar nosso amor próprio. Perpetuar nosso bem-estar. Prolongar nossa satisfação. Nos liberar de obrigações.
Nenhum ato de caridade é gratuito.
Nenhum.
Sempre há a expectativa de alegrar ou ajudar alguém, obviamente, mas a razão vai mais além. Fazemos o bem na esperança de que o ato gere réplica, alcance outras pessoas (não necessariamente aquela que ajudou), como em uma corrente. Fazemos o bem esperando, no mínimo, gratidão (não recompensa monetária, se não foi estipulado que haveria a devolução). No mínimo, um resultado que nos faça pensar: "Valeu a pena".
Quando se faz o bem, o que menos importa é a devolução, mas gratidão é de graça.
Gratidão significa: espalhar a bondade. Cumprir o prometido (ou se esforçar), utilizar o que se recebeu (um gesto, um valor, uma atitude, um conselho) para melhorar nossa alma, não nosso bolso.
Então: não há doação sem expectativa.
Me desculpem, mas não há.
Há, no mínimo, a expectativa de fazer alguém feliz - e se isto ocorre, nós também ficamos felizes, o que é o maior "egoismo", francamente, o dar para receber.
;-)

Nenhum comentário: