17.5.05

Para M. T.

Um dia, Sísifo chegou ao alto do monte e, ao ver a pedra despencando novamente, desistiu e sumiu do outro lado.

Não o vejo mais.

Volta, Sísifo.

Se não for para levar a tua pedra, que seja para ajudar-me a carregar a minha.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Daysy, estou por aqui, na bela e romântica Sintra, lendo a sua sensível escrita...Beijos

Anônimo disse...

Sísifo pode ser feliz sem a pedra? A pedra é uma condição de existência para Sísifo? Ele deixa de ser Sísifo sem a pedra? Quando fica sem a pedra, Sísifo pode pensar com mais clareza sobre quem de fato é? É possível dominar a técnica de rolar a pedra com o menor desconforto possível e passar a desfrutar esse destino? Isso é desejável?

Anônimo disse...

Sempre me perguntei porque Sísifo não abandona a pedra, afasta-se simplesmente e deixa que role montanha abaixo enquanto senta e fuma um cigarro, descansado. Talvez seja a própria força do mito, o destino.