7.9.05

A menina que tinha vergonha de falar



Macy Gray, para mim, é preciosa.
Sua voz me arrepia, sempre. Tem um "quê" de Billie Holiday, é sensualíssima, quente.
Não é porque "I Try" marcou provavelmente a última grande paixão que tive. Não :-). Amo Macy Gray porque ela é surpreendente.
Movendo-se, parece uma boneca desconjuntada.
Quando abre a boca, nós abrimos também, de espanto com sua voz de marionete, impossível, estranha, curiosa.
Essa mulher, quando menina, percebeu um dia que todos riam quando ela falava e passou a não falar mais. Quer dizer, falava o mínimo possível. Até o dia em que escreveu umas letrinhas para um amigo ou amiga cantar, alguém não apareceu e ela cantou. E estourou.
Gal Costa também tem uma voz muitíssimo esquisita, quando fala. Mas quando canta...
Algumas mulheres (e homens) têm voz de botequim. Parece que passaram a vida inteira na noite, na fumaça de cigarros e dentro da garrafa. Parece que acordaram agora.
Outras vozes são monótonas, dão sono. Outras, gritam. Algumas são tão metálicas que metem medo.
Eu detesto minha voz. Não é tanto que a considere feia. Não. É que engana. Não suporto me ouvir em gravações e reluto em falar ao telefone (se o assunto for sério, não tenho credibilidade nenhuma com esta voz de "princesinha". Quero trocar minha voz pela voz de qualquer uma das minhas amigas). Tenho voz de menininha. Mas quando canto, canto lindamente, senhoras e senhores.
Nunca se deixem enganar por vozes. Sou uma tigresa, apesar da voz de gatinha.
Macy Gray é uma diva, apesar da voz de fantoche.
I love her. I really love her.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Daisy.

é o Iuri... lembra-se? Estarei voltando a postar no blog depois de quase um ano parado. Desculpe o afastamento. Passei por várias coisas e agora estou melhor.

beijao

Anônimo disse...

Tampouco gosto da minha (voz), mas tem quem gosta. Então, não me sinto no direito de me calar: sussurro confissões no gravador.