27.1.07

Se inveja matasse...

Eram dois caras.
Um deles saiu de Miami, o outro foi do Rio de Janeiro para encontrar-se com o amigo lá na Flórida, tendo enviado sua moto possante por avião, antes, até onde o amigo estava.
Saíram com destino certo, aparentemente depois de dois anos planejando a aventura.
Homero e Gildo desceram pela América Central, visitaram templos maias, evitaram grandes centros urbanos, andaram pelos Andes, fotografaram tudo, colocaram num blog desde antes da partida e narraram sua viagem.
Um dia, muitos anos atrás, meu irmão (Edinho, que era fanático por moto e morreu em uma, em 1992) planejou comigo uma viagem um pouco mais modesta, mas não menos espetacular. Viajaríamos até Machu Pichu de moto.
O sonho dele era percorrer toda a América Latina de moto. Ele quase fez isso, mas de caminhão.
Eu nunca saí do Brasil.
Meus sonhos aventureiros acabaram ficando restritos à cadeira na frente do micro. Viajo, mas como o Traveller de "O Jogo da Amarelinha", do Cortázar, sem sair do lugar.
Homero e Gildo saíram de Miami e chegaram ao Rio de Janeiro, contornando a América do Sul.
Eu não sou uma pessoa invejosa. Não mesmo.
Mas juro que quase choro de frustração (e de prazer), lendo seu blog.

Uma parte muito engraçada, quando Homero (que é quem escreve o blog) fala sobre o hábito dos nobres maias de viverem lá no alto de suas construções, enquanto a ralé ficava nas casinhas baixas (e que se desculpem seus erros de português, porque isso não tem a mínima importância:

Em Honduras existem as ruinas Mayas de Copan, mas Gildo e eu estamos satisfeitos em ver ruinas Mayas. Este sobe e desce nos templos arruina com a gente. Mas é incrivel que os Mayas dominaram o que hoje encampa do sul do Mexico, Belize, Guatemal Honduras e El Salvador. E no entanto, desapareceram. Existem muitas semelhanças entre as civilizaçoes de 3000 mil anos atraz e a nossa. Os mais afluentes moravam em "condominios fechados" e os menos afortunados do lado de fora. Os mais ricos moravam nos templos mais altos e quanto mais importante , mais alto sua casa ficava.E no entendo não souberam compreender que a super população e a destruição sistematica da floresta fez com que houvesse escasses de chuvas, de comida etc. Por isto eles desapareceram como civilização organizada, se dispersando no que hoje são estes paizes citados acima. Este ciclo dos mais nobres viverem na parte mais alta foi quebrado por uma tribo do rei africano Favelikus I, que ao desembarcar nas costas do Rio de Janeiro, iniciou sua dinastia na mata Atlantica, fundando o templo Viy-dih'gal devido a sua vista previlegiada. Seu filho, Dah-ky'num-sayo I continuou sua obra e hoje temos os descendentes de seu neto Dah-ky'ninh-quehm-myhtihra II usufruindo da bela vista Atlantica.

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