17.11.04

Descartável

Jogo fora meu ser aparente

Jogo-me disfarçada de vidro


À tua frente

E tu, distraído, avanças e me partes

Sempre, sem me veres.

Jogo fora a matéria

E me disfarço de nuvem

Para te ver de cima

Superior, etérea,

Chovendo minhas lágrimas

Que não te tocam, eu sei,

Tu, guarda-chuva, protegido

E escondido do meu ser emocional,

Que comete descartes das partes

Que não te interessam e repudias,

Em uma negação intencional

Do que não te toca, não te abala

E não fala ao teu racional.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho gostado cada vez mais de vir aqui, Dayse. E de descobrir esse seu lado poeta.
Beijo.