2.3.05





Hoje eu não pretendia postar mais nada além da bela poesia do Steven, mas a Patrícia me fez chorar. Pegou-me de surpresa, com aquelas suas palavras que, sinceramente, me tocaram como há muito nada me tocava. Não vou dar o endereço do blog dela aqui -- pelo menos não agora -- para que não pensem que estou querendo fazer autopropaganda com o que ela disse sobre mim.

Minha história com a Patrícia é esquisita: quando a conheci, em uma lista de discussão, senti uma antipatia indizível por essa criaturinha. Mas indizível mesmo. Se fosse possível mudar de calçada em uma lista de discussão, eu mudava, para não acabar sendo grosseira com ela e suas opiniões. Pra cúmulo do "azar", lá estava ela também em outra lista de discussão, "Letras e Companhia". Bastava ler suas palavras que o sangue me subia à cabeça.

De repente, um clarão se fez, quando por pura vontade de criticar suas opiniões eu fui ao blog dela (viste, Patrícia, não sabes da missa a metade)... Ao ver sua carinha (nossa, cara, ela podia ser minha irmã!!! Seus ossos, seu formato de rosto, seus olhos!), ao ver seus depoimentos sobre família, suas frustrações, esperanças, seus prazeres, eu voltei no tempo.

Lá estava eu, a Dayse com seus vinte e pouquinhos anos. Tão eu, a Patrícia. Tão ela, eu. A Patrícia vive o que eu vivi. Chega a doer. Se isso lhe serve de consolo, provavelmente ela será como eu (minhas partes boas, pelo menos) quando chegar à minha idade. Muito antes, até. Era como ler meus diários (não tenho mais motivos para escrevê-los; em vez disso, prefiro encher meus leitoresinhos com este blog), ler o blog da Patrícia. E me vi torcendo por ela, como se eu voltasse no tempo e, eu personagem do seu filme em que ela fazia o papel da Dayse, torcesse por ela que seria eu. Ok, eu entendo isso, se ninguém mais entender.

De repente, a antipatia dissolveu-se, desapareceu. Ficou carinho puro. Muito carinho.

Patrícia, tu és maravilhosa. Ma-ra-vi-lho-sa. E torço por ti como talvez ninguém tenha torcido por mim. Como vês, estás em vantagem :-)

Com isso, espero não dar a impressão de que te acho tão maravilhosa porque de repente me fizeste ver o quanto eu também fui digna de carinho, ternura, o quanto eu mesma era maravilhosa sem saber, sem ter a mínima idéia da criaturinha boa que residia em mim e que só se mostraria depois, quando a maior parte das tempestades já havia passado. Bom...

Acho que se eu der esta impressão, é porque é isso mesmo. Mas quem me fez me sentir feliz foi tu, Pat. Porque consegues ser simplesmente incrível, em tuas lutas e tua realidade, em teus sonhos e em teu coração.

BEIJO, linda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caraca, que susto ao ver minha foto aqui! Nossa história não é nada convencional né? Mas acho q aí é que tá a graça... E olha, aconteceu o mesmo cmg... Só que vc entrou na Letras e Cia, beeeeeeeeeeeeeeeemmmm dps de mim, e aí eu queria te matar! hahahahaha
Eu tb vim ao teu blog, só pra te criticar, mas... Demorei pra admitir que tinha gostado, como, logo de vc? Por isso agora, que meu ódio se transformou em carinho, tive que falar...
Eu não me lembro de tê-la visto em algum lugar Dayse... Fiquei curiosa!
Agora foi vc que me fez chorar...
Fico feliz em saber e tentar mostrar sempre quem sou, mesmo ANTES das tempestades passarem.
Obrigada, não esperava... BJO!