26.4.11

Três segredos e velhos hábitos

1. Eu escrevo diário desde que tinha 12 anos. Queimei a maioria, em um dia de fúria com as viradas da vida. É esquisito constatar nosso amadurecimento e envelhecimento com diários. E é muito estranho ver o passado vivo em diários antigos.

2. Meu passatempo preferido para pegar no sono ainda é inventar histórias. Levo uns quatro anos para concluir filmes mentais inventados, histórias completas, e em meio à elaboração das características físicas de um ou outro personagem, ou detalhando uma cena verbalmente em minha cabeça, geralmente durmo - de modo que nenhuma ideia se fixa mais que dez minutos e, na noite seguinte, tenho de optar se trabalho novamente a cena ou se vou adiante na história.

3. Escrevo melhor do que falo, de modo que quando preciso organizar minhas ideias, finjo que estou escrevendo. Ao falar, eu gaguejo um pouco, sou atrapalhada, as ideias se atropelam. Ao escrever, não. As frases se colocam direitinho, "de primeira", na tela ou no papel, sem gagueira (!) ou atropelo, sem precisar de rascunho. Se eu pudesse optar, não falaria nunca mais - só escreveria e reservaria a voz só para cantar.

Um comentário:

Juliana disse...

Boa madrugada! Estava a procura de uma imagem para caracterizar um post, procurando nas imagens do google deparei-me com o seu blog e a imagem que continha no mesmo, achei ótima e a postei, claro, referenciando seu blog. Então depois desta descoberta, resolvi le-lo, pois além da imagem, a frase "Nada me define. Tudo me traduz. Por fora, uma mulher comum. Só por fora." soou instigante.
Realmente é estranho ver nosso passado vivido em folhas de diário, mais estranho ainda são as inquietações que naquela época não pareciam ter soluções e que hoje só foram ansiedades e pouca maturidade.
Tenho sérios problemas com o sono noturno, digo que na noite e nos espasmos que ela me traz, consigo fazer tudo que meus desejos querem.
Preciso aprender a escrever mais e falar menos.
Apreciei e muito sua escrita.
Saudações!