22.4.08
Diário de uma Mulher Comum XIV
Li, em algum lugar, que quando alguém morre, é o fim do mundo.
Não para quem fica. Não para os parentes enlutados. Não para os amigos que sentem a dor brutal da perda. Não para os clientes, os credores, os amores.
Todos os dias o mundo acaba.
Para quem morre, o mundo acaba-se.
De repente, não mais os amores, não mais as canções, não mais os clientes, não mais os risos, nem preocupações, emoções, esperanças, planos, problemas.
Com um grau maior ou menor de sofrimento, o mundo acaba para quem fecha os olhos pela última vez.
Talvez haja outro mundo -- não sei.
Sei que existem coisas que não se pode explicar.
O mundo acabou-se para o Paulo, tradutor gaúcho e colega, ante-ontem no fim da manhã.
Antes de ante-ontem, eu o vi quando o mundo quase terminava para ele e, desde então, o mundo para mim ficou meio trêmulo, meio oscilante, meio incerto e desconcertante. Choque. Emoção. Tristeza.
Embora o nosso mundo tenha se apagado para ele quando fechou os olhos para sempre, eu quero pensar em algo que lhe deu alegria e que talvez sirva para dar alegria a mim também, embora não possa compreender direito como funciona um outro mundo que às vezes se mostra nesse estado brumoso entre o sono e a vigília.
Alguns anos atrás -- não sei se três, quatro ou cinco --, liguei para o Paulo em uma certa manhã. Não sabia se deveria. Não queria que me considerasse uma delirante-louca-desequlibrada-ridícula. Mas liguei, porque o sonho que eu havia tido não pertencia a mim, mas sim a ele.
Perguntei-lhe, brevemente, se a sua mãe era viva. Ele respondeu que sim, muito surpreso. Eu ri, e lhe disse, então, que apenas lhe contaria meu sonho, mas que ficava aliviada ao saber que sua mãe estava viva e bem.
No sonho, a mãe do Paulo havia morrido, mas me pedia para dizer-lhe que estava bem, e que ele não devia preocupar-se com nada. Que ela não sofria e que, ao contrário, estava tranqüila e que ele precisava saber disso.
Alguns dias (não recordo quanto tempo) depois, o Paulo ligou-me, e eu já nem lembrava mais dos detalhes que lhe contara daquele sonho, mas ele recordava cada palavra. Ligava-me para me dizer que sua mãe havia falecido, mas que ao pensar naquele sonho que eu lhe havia transmitido, sentia-se muito melhor.
Sempre tive esses sonhos estranhos que não me pertencem. Somente duas vezes transmiti aos outros, porque achei que era meu dever (em geral ficam na família, e na maior parte das vezes, são certeiros e nunca bons). Na segunda vez que sonhei e achei que deveria transmitir à pessoa, felizmente o sonho era um absurdo bobo, que não tinha nada a ver com a sua realidade, e já não recordo o sonho direito. Com a mãe do Paulo, também pode ter sido uma coincidência incrível, sonhar com uma mensagem positiva de sua mãe falecida antes, para que, quando ela fosse embora, ele tivesse algum consolo.
Agora, não sonhei nada com o Paulo, não daria uma de profeta forçadamente, não diria que "já sabia".
Não sabia, não, e quando eu soube da sua doença, apenas 10 dias atrás, senti o mesmo choque que todos sentiram. Que só aumentou ao vê-lo no hospital, no sábado. E que se transformou em tristeza dolorida no domingo, em seu sepultamento (na mesma capela do mesmo cemitério onde meu pai foi velado e enterrado).
Queria ter a certeza que o mundo do Paulo não terminou. Não tenho -- logo eu, tão "espiritualizada", tão "isso", tão "aquilo", tão agarrada a qualquer chance de acreditar em algo.
O nosso continua, com a lembrança dele -- que teve o "azar" de falecer em um feriadão. Sei que no futuro isso não importará nada, mas teria sido reconfortante para a família se um grupo maior de nós, tradutores, estivéssemos lá para apoiar, demonstrar nosso carinho, levar flores, essas coisas. Mas o Paulo deu azar. Faleceu num feriadão.
Assim como outra pessoa de quem eu gostava e que faleceu no mesmo dia que o Paulo, mas à noite, de ataque cardíaco, dentro da casa onde eu morei por 6 anos e que era vizinha da minha mãe. Ô, mundo.
Paulo fechou os olhos -- mas de um modo muito peculiar, me deu umas duas ou três lições de humildade muito pessoais, além de bons bate-papos ao longo de uns sete anos. Poucos papos. Poucos encontros frente a frente. Mas vários momentos de gratidão, de gentileza, de risadas e de sensatez.
O fim do mundo chega para todos -- eu só espero que alguém diga, de nós, o que ouvi dos familiares dele. Que era um pai para todos. Que era um ser humano generosíssimo. Que pensava sempre primeiro nos outros.
Difícil esquecer alguém assim.
Sei que a morte não pode ser entendida além do fim físico. Eu, que já a vi tantas vezes, em encontros tão significativos, acho que ela serve apenas para ensinar os vivos a viverem melhor. E o Paulo me deixou uma ou duas lições sobre isso.
Dayse -- após um fim-de-semana "inesquecível" e ainda meio perdida nas reverberações emocionais.
Não para quem fica. Não para os parentes enlutados. Não para os amigos que sentem a dor brutal da perda. Não para os clientes, os credores, os amores.
Todos os dias o mundo acaba.
Para quem morre, o mundo acaba-se.
De repente, não mais os amores, não mais as canções, não mais os clientes, não mais os risos, nem preocupações, emoções, esperanças, planos, problemas.
Com um grau maior ou menor de sofrimento, o mundo acaba para quem fecha os olhos pela última vez.
Talvez haja outro mundo -- não sei.
Sei que existem coisas que não se pode explicar.
O mundo acabou-se para o Paulo, tradutor gaúcho e colega, ante-ontem no fim da manhã.
Antes de ante-ontem, eu o vi quando o mundo quase terminava para ele e, desde então, o mundo para mim ficou meio trêmulo, meio oscilante, meio incerto e desconcertante. Choque. Emoção. Tristeza.
Embora o nosso mundo tenha se apagado para ele quando fechou os olhos para sempre, eu quero pensar em algo que lhe deu alegria e que talvez sirva para dar alegria a mim também, embora não possa compreender direito como funciona um outro mundo que às vezes se mostra nesse estado brumoso entre o sono e a vigília.
Alguns anos atrás -- não sei se três, quatro ou cinco --, liguei para o Paulo em uma certa manhã. Não sabia se deveria. Não queria que me considerasse uma delirante-louca-desequlibrada-ridícula. Mas liguei, porque o sonho que eu havia tido não pertencia a mim, mas sim a ele.
Perguntei-lhe, brevemente, se a sua mãe era viva. Ele respondeu que sim, muito surpreso. Eu ri, e lhe disse, então, que apenas lhe contaria meu sonho, mas que ficava aliviada ao saber que sua mãe estava viva e bem.
No sonho, a mãe do Paulo havia morrido, mas me pedia para dizer-lhe que estava bem, e que ele não devia preocupar-se com nada. Que ela não sofria e que, ao contrário, estava tranqüila e que ele precisava saber disso.
Alguns dias (não recordo quanto tempo) depois, o Paulo ligou-me, e eu já nem lembrava mais dos detalhes que lhe contara daquele sonho, mas ele recordava cada palavra. Ligava-me para me dizer que sua mãe havia falecido, mas que ao pensar naquele sonho que eu lhe havia transmitido, sentia-se muito melhor.
Sempre tive esses sonhos estranhos que não me pertencem. Somente duas vezes transmiti aos outros, porque achei que era meu dever (em geral ficam na família, e na maior parte das vezes, são certeiros e nunca bons). Na segunda vez que sonhei e achei que deveria transmitir à pessoa, felizmente o sonho era um absurdo bobo, que não tinha nada a ver com a sua realidade, e já não recordo o sonho direito. Com a mãe do Paulo, também pode ter sido uma coincidência incrível, sonhar com uma mensagem positiva de sua mãe falecida antes, para que, quando ela fosse embora, ele tivesse algum consolo.
Agora, não sonhei nada com o Paulo, não daria uma de profeta forçadamente, não diria que "já sabia".
Não sabia, não, e quando eu soube da sua doença, apenas 10 dias atrás, senti o mesmo choque que todos sentiram. Que só aumentou ao vê-lo no hospital, no sábado. E que se transformou em tristeza dolorida no domingo, em seu sepultamento (na mesma capela do mesmo cemitério onde meu pai foi velado e enterrado).
Queria ter a certeza que o mundo do Paulo não terminou. Não tenho -- logo eu, tão "espiritualizada", tão "isso", tão "aquilo", tão agarrada a qualquer chance de acreditar em algo.
O nosso continua, com a lembrança dele -- que teve o "azar" de falecer em um feriadão. Sei que no futuro isso não importará nada, mas teria sido reconfortante para a família se um grupo maior de nós, tradutores, estivéssemos lá para apoiar, demonstrar nosso carinho, levar flores, essas coisas. Mas o Paulo deu azar. Faleceu num feriadão.
Assim como outra pessoa de quem eu gostava e que faleceu no mesmo dia que o Paulo, mas à noite, de ataque cardíaco, dentro da casa onde eu morei por 6 anos e que era vizinha da minha mãe. Ô, mundo.
Paulo fechou os olhos -- mas de um modo muito peculiar, me deu umas duas ou três lições de humildade muito pessoais, além de bons bate-papos ao longo de uns sete anos. Poucos papos. Poucos encontros frente a frente. Mas vários momentos de gratidão, de gentileza, de risadas e de sensatez.
O fim do mundo chega para todos -- eu só espero que alguém diga, de nós, o que ouvi dos familiares dele. Que era um pai para todos. Que era um ser humano generosíssimo. Que pensava sempre primeiro nos outros.
Difícil esquecer alguém assim.
Sei que a morte não pode ser entendida além do fim físico. Eu, que já a vi tantas vezes, em encontros tão significativos, acho que ela serve apenas para ensinar os vivos a viverem melhor. E o Paulo me deixou uma ou duas lições sobre isso.
Dayse -- após um fim-de-semana "inesquecível" e ainda meio perdida nas reverberações emocionais.
2.4.08
Minha indignação é dolorida, meu coração é apertado e meus dias, preocupados.
Meu espanto não é novo, e meus berros são eternos (não de agora, não dessa vida, tenho certeza).
Pensando em
Mariana Almeida Andrade,
Isabella Nardoni
e tantas outras meninas, cujas mães perguntam-se, desesperadas, onde estão suas filhas e seus braços abraçam agora o vazio, peço que minhas amigas perguntem-se, sempre (como eu me pergunto, sempre que minha Letícia não está ao meu lado):
ONDE ESTÃO MEUS FILHOS?
COM QUEM ESTÃO MEUS FILHOS?
... Que minhas amigas e todas as mulheres e homens do mundo que amam seus filhos possam sempre responder a essa pergunta com tranqüilidade.
Meu espanto não é novo, e meus berros são eternos (não de agora, não dessa vida, tenho certeza).
Pensando em
Mariana Almeida Andrade,
Isabella Nardoni
e tantas outras meninas, cujas mães perguntam-se, desesperadas, onde estão suas filhas e seus braços abraçam agora o vazio, peço que minhas amigas perguntem-se, sempre (como eu me pergunto, sempre que minha Letícia não está ao meu lado):
ONDE ESTÃO MEUS FILHOS?
COM QUEM ESTÃO MEUS FILHOS?
... Que minhas amigas e todas as mulheres e homens do mundo que amam seus filhos possam sempre responder a essa pergunta com tranqüilidade.
31.3.08
Adriano e a Parede
29.3.08
23.3.08
8.3.08
11.2.08
Diário de Uma Mulher Comum
Na bula do medicamento para infecção urinária constam vários efeitos colaterais: dor de cabeça (sim senhor, tenho, e de 0 a 10 mereceria um 8,5), confusão mental (concordo, a tal ponto que desisti de tentar entender as frases do livro que traduzia ontem e fui dormir) e outros, que talvez eu tenha, mas nem percebi.
Na bula não diz que o remédio dá depressão. Diz que pode causar alucinações e paranóia. Mas não fala em depressão.
Coincidência ou não, desde que comecei a tomá-lo, 4 dias atrás, o mundo me parece cinzento. Mas também o dia está cinza, chove há 4 dias, os moços que pareciam gostar de mim não têm se pronunciado, está friozinho (20 graus no verão), o que me faria muito feliz se eu não estivesse deprimida, a grana é curtíssima (e pensar que tenho muito dinheiro a receber, mas ainda não chegou), é véspera de minha filha passar uma semana com seu pai novamente, nesse fim de férias...
Motivos para não dar pulos de alegria eu tenho. Mas não tenho razão para querer fechar os olhos e acordar daqui a um mês.
Não sei se o remédio dá depressão, mas me sinto como se. Tenho olheiras profundas, lábios de mau-humor, olhar sem brilho.
Meu amigo Steven me manda um email falando de Valentines Day, e lhe respondo que morro de inveja de uma amiga que está sofrendo de amor. E o que eu não lhe disse é que estou pensando em assassinar este blog.
Digo ao Steven que, pelo menos aqui no Brazil, muita gente faria qualquer coisa por um emprego melhor, por moradia decente, por um simples prato de comida. Eu faria quase qualquer coisa para sentir paixão real. Minha amiga sofre, e eu invejo suas mãos trêmulas e seus olhos vermelhos. Ela anda produtiva, em seu sofrimento, escrevendo melhor que nunca. E eu sofro porque todas as minhas tentativas de me apaixonar passam, como se eu acendesse um fósforo e ele em seguida se apagasse, sob um vento forte. Minhas tentativas de paixão são somente isso: tentativas.
Não conheço maior esterilidade do que a de um coração incapaz de se entregar.
Há pessoas que desejariam ser objeto da paixão de alguém. Eu não, apesar de saber que há quem goste de mim. Eu não faço questão de ser amada e saber que sou não me engrandece nem me envaidece. Ser objeto de paixão de alguém já me é indiferente. Eu não preciso ser correspondida. Não mesmo. O que me dá verdadeira angústia e desespero é a imunidade a esse sentimento. No momento em que me vejo apaixonada... já passou.
E por me ver sedenta no deserto, como em algum post do início desse blog em que eu falava exatamente sobre esse mesmo assunto, percebo que me tornei repetitiva, berrando (lamentando, gemendo, cantarolando, sussurrando) o tempo todo que quero, desejo, preciso me apaixonar.
Sendo assim, por falta absoluta de assunto (e excesso de traduções a fazer, bata na madeira), deixo em suspenso esse blog-nada, esse blog que não disse ao que veio, ou que já disse tudo o que precisava ser dito... Whatever.
Em março começo a freqüentar academia. Em março começa o estresse de cuidar das lições da filha e tudo o mais que acontece durante o ano letivo. Em março jurei que vou batalhar e mandar meu livro para as editoras (promessa que faço a mim mesma há 3 anos e não me animo). Em março eu me vejo louca com mais traduções do que consigo produzir (e disso não me queixo). Em março... ou em abril... em maio ou junho. Sei lá quando, mas algo terá de acontecer. Aí eu volto. Ou excepcionalmente antes disso, mas só se alguma mágica acontecer ou um mágico aparecer no meu coração.
Beijos a todos.
Na bula não diz que o remédio dá depressão. Diz que pode causar alucinações e paranóia. Mas não fala em depressão.
Coincidência ou não, desde que comecei a tomá-lo, 4 dias atrás, o mundo me parece cinzento. Mas também o dia está cinza, chove há 4 dias, os moços que pareciam gostar de mim não têm se pronunciado, está friozinho (20 graus no verão), o que me faria muito feliz se eu não estivesse deprimida, a grana é curtíssima (e pensar que tenho muito dinheiro a receber, mas ainda não chegou), é véspera de minha filha passar uma semana com seu pai novamente, nesse fim de férias...
Motivos para não dar pulos de alegria eu tenho. Mas não tenho razão para querer fechar os olhos e acordar daqui a um mês.
Não sei se o remédio dá depressão, mas me sinto como se. Tenho olheiras profundas, lábios de mau-humor, olhar sem brilho.
Meu amigo Steven me manda um email falando de Valentines Day, e lhe respondo que morro de inveja de uma amiga que está sofrendo de amor. E o que eu não lhe disse é que estou pensando em assassinar este blog.
Digo ao Steven que, pelo menos aqui no Brazil, muita gente faria qualquer coisa por um emprego melhor, por moradia decente, por um simples prato de comida. Eu faria quase qualquer coisa para sentir paixão real. Minha amiga sofre, e eu invejo suas mãos trêmulas e seus olhos vermelhos. Ela anda produtiva, em seu sofrimento, escrevendo melhor que nunca. E eu sofro porque todas as minhas tentativas de me apaixonar passam, como se eu acendesse um fósforo e ele em seguida se apagasse, sob um vento forte. Minhas tentativas de paixão são somente isso: tentativas.
Não conheço maior esterilidade do que a de um coração incapaz de se entregar.
Há pessoas que desejariam ser objeto da paixão de alguém. Eu não, apesar de saber que há quem goste de mim. Eu não faço questão de ser amada e saber que sou não me engrandece nem me envaidece. Ser objeto de paixão de alguém já me é indiferente. Eu não preciso ser correspondida. Não mesmo. O que me dá verdadeira angústia e desespero é a imunidade a esse sentimento. No momento em que me vejo apaixonada... já passou.
E por me ver sedenta no deserto, como em algum post do início desse blog em que eu falava exatamente sobre esse mesmo assunto, percebo que me tornei repetitiva, berrando (lamentando, gemendo, cantarolando, sussurrando) o tempo todo que quero, desejo, preciso me apaixonar.
Sendo assim, por falta absoluta de assunto (e excesso de traduções a fazer, bata na madeira), deixo em suspenso esse blog-nada, esse blog que não disse ao que veio, ou que já disse tudo o que precisava ser dito... Whatever.
Em março começo a freqüentar academia. Em março começa o estresse de cuidar das lições da filha e tudo o mais que acontece durante o ano letivo. Em março jurei que vou batalhar e mandar meu livro para as editoras (promessa que faço a mim mesma há 3 anos e não me animo). Em março eu me vejo louca com mais traduções do que consigo produzir (e disso não me queixo). Em março... ou em abril... em maio ou junho. Sei lá quando, mas algo terá de acontecer. Aí eu volto. Ou excepcionalmente antes disso, mas só se alguma mágica acontecer ou um mágico aparecer no meu coração.
Beijos a todos.
9.2.08

LIGHT MY FIRE!
(please)
I wanna feel like it's November, like I'm new to myself, like I'm in love (although the love for being in love should come first, within myself to burn you within me). Light my soul and then burn my body all over with the flames that -- I'm sure -- you've been hiding even from yourself for all these years (you're always so afraid to shine...).
25.1.08
Breve Investida do Destino no Meu Dia (comentário para a Dekka)
Para quem é louca por tecnologia e metida a técnica, como eu, nunca falta um cantinho da casa onde acumulam-se coisas do passado recente (tudo muda tão rápido!) -- cabos, extensões, conexões, aparelhos dos quais se podem aproveitar peças.
Vou ao balcão procurar um cabo de TV para trocar aqui no meu aparelho do quarto e, remexendo, encontro o tal cabo -- dois deles, até, e a minha velha secretária eletrônica. Está ali, e não lembro por que não a joguei fora. Exceto pelo adaptador, eu acreditava que não serviria para nada.
Por via das dúvidas, ligo na tomada e tudo acende. Inclusive o mostrador de mensagens gravadas que eu quis guardar um dia. Quatorze delas, supostamente importantes.
Vou voltando, da décima quarta até a mais antiga (todas de 2004). O primeiro contato da minha editora preferida que chegou até meu nome não lembro como; a voz da minha mãe dizendo "Hora de acordar!", meu anjo de Los Angeles ligando três vezes e reclamando, com sua voz grave, que primeiro só dá ocupado e quando finalmente acha que vai falar comigo, cai na secretária (tempos de conexão discada com a internet, baby); a voz da minha Letícia, então com 9 anos, me ligando da casa do seu pai para dizer "Mãe, só vou voltar depois do almoço, tá?" e então...
Aquela ligação sempre havia sido um mistério para mim.
Era um sussurro, apenas. Eu sabia quem era. Mas não entendia o que ele dizia, após o "Dayse, me liga." Era mais que sussurrado, o que ele subitamente suspirava no telefone, como se contasse um segredo medonho. Era dito de um modo que só poderia ser interpretado como "Tchau".
E hoje, ouvindo meia dúzia de vezes, em volume alto, subitamente entendi.
"Dayse, me liga.................. eu te amo".
Dekka, está aí o teu "E se". E se, em 2004, eu não tivesse bloqueado a minha mente e tivesse escutado o que H. realmente havia dito? E se, furiosa com ele, como sempre, eu não tivesse resolvido acreditar que era um "tchau" entrecortado, quase inaudível, como uma voz de espírito naquelas fitas horrorosas que circulam na Internet (transcomunicação, eles chamam)? Devo ter ouvido duas vezes apenas aquela mensagem, na época, e deixado para lá. Por que perderia meu tempo com aquele materialista que só pensava em comprar coisas e preferia mostrar objetos a mostrar seu interior? Devia ser um "tcha-au", a voz quase inexistente na gravação.
Não era. Era um "eu te amo", dito rapidamente, com medo até de pronunciar as palavras.
Que diferença faz isso agora?
Acho que nenhuma, como já te disse, Dekka. Porque se preferi não escutar a declaração na época, foi por não acreditar nela. E se é repetida agora por escrito, quase quatro anos depois, apesar de talvez ter sido real na época e ainda ser, agora.. os motivos para "não escutar" talvez sejam os mesmos.
Depois de manter minha boca aberta por uns 15 segundos, espantada, calei o fantasma do murmúrio eletrônico e joguei o aparelho de telefone fora, porque não carregou a bateria e, quando o abri, estava tudo enferrujado. Mas mantive a base com as mensagens "inesquecíveis". Talvez um dia eu esqueça por que pareciam inesquecíveis. Talvez um dia eu entenda por que dou tão pouca importância a esse fantasma de corpo bom, mas mente tortuosa, que me assombrou um dia e retorna sempre -- por músicas que escuto, por pequenas dores lembradas e por assaltos súbitos de desejo inoportuno.
A alma, meu demônio. A alma. Quando a entregares, talvez...
Vou ao balcão procurar um cabo de TV para trocar aqui no meu aparelho do quarto e, remexendo, encontro o tal cabo -- dois deles, até, e a minha velha secretária eletrônica. Está ali, e não lembro por que não a joguei fora. Exceto pelo adaptador, eu acreditava que não serviria para nada.
Por via das dúvidas, ligo na tomada e tudo acende. Inclusive o mostrador de mensagens gravadas que eu quis guardar um dia. Quatorze delas, supostamente importantes.
Vou voltando, da décima quarta até a mais antiga (todas de 2004). O primeiro contato da minha editora preferida que chegou até meu nome não lembro como; a voz da minha mãe dizendo "Hora de acordar!", meu anjo de Los Angeles ligando três vezes e reclamando, com sua voz grave, que primeiro só dá ocupado e quando finalmente acha que vai falar comigo, cai na secretária (tempos de conexão discada com a internet, baby); a voz da minha Letícia, então com 9 anos, me ligando da casa do seu pai para dizer "Mãe, só vou voltar depois do almoço, tá?" e então...
Aquela ligação sempre havia sido um mistério para mim.
Era um sussurro, apenas. Eu sabia quem era. Mas não entendia o que ele dizia, após o "Dayse, me liga." Era mais que sussurrado, o que ele subitamente suspirava no telefone, como se contasse um segredo medonho. Era dito de um modo que só poderia ser interpretado como "Tchau".
E hoje, ouvindo meia dúzia de vezes, em volume alto, subitamente entendi.
"Dayse, me liga.................. eu te amo".
Dekka, está aí o teu "E se". E se, em 2004, eu não tivesse bloqueado a minha mente e tivesse escutado o que H. realmente havia dito? E se, furiosa com ele, como sempre, eu não tivesse resolvido acreditar que era um "tchau" entrecortado, quase inaudível, como uma voz de espírito naquelas fitas horrorosas que circulam na Internet (transcomunicação, eles chamam)? Devo ter ouvido duas vezes apenas aquela mensagem, na época, e deixado para lá. Por que perderia meu tempo com aquele materialista que só pensava em comprar coisas e preferia mostrar objetos a mostrar seu interior? Devia ser um "tcha-au", a voz quase inexistente na gravação.
Não era. Era um "eu te amo", dito rapidamente, com medo até de pronunciar as palavras.
Que diferença faz isso agora?
Acho que nenhuma, como já te disse, Dekka. Porque se preferi não escutar a declaração na época, foi por não acreditar nela. E se é repetida agora por escrito, quase quatro anos depois, apesar de talvez ter sido real na época e ainda ser, agora.. os motivos para "não escutar" talvez sejam os mesmos.
Depois de manter minha boca aberta por uns 15 segundos, espantada, calei o fantasma do murmúrio eletrônico e joguei o aparelho de telefone fora, porque não carregou a bateria e, quando o abri, estava tudo enferrujado. Mas mantive a base com as mensagens "inesquecíveis". Talvez um dia eu esqueça por que pareciam inesquecíveis. Talvez um dia eu entenda por que dou tão pouca importância a esse fantasma de corpo bom, mas mente tortuosa, que me assombrou um dia e retorna sempre -- por músicas que escuto, por pequenas dores lembradas e por assaltos súbitos de desejo inoportuno.
A alma, meu demônio. A alma. Quando a entregares, talvez...
19.1.08
A alma, my demon, a alma...
É certo que minha vida faz-se por música.
Ele me deixa um recado bitter-sweet. Sempre sweet, mas bitter porque deixamos de viver algo e nunca saberei como teria sido. Eu presumia que sua alma encontrava-se com a minha quando nossos corpos estavam separados, porque quando os corpos encontravam-se, não sobrava espaço entre nós para outra coisa. E eu sentia, literalmente, que meu espírito se afastava de mim, perto dele. Sentia sono, sentia frio, sentia uma solidão que não sabia explicar, perto dele. E na distância, o sentia tão próximo...
É certo que noite e dia eu respiro música (além das letras das traduções), e cada pequenina coisa que me ocorre me traz as palavras de uma canção, como se eu, desregulada e esquizo, ouvisse vozes. Sempre.
Mas a voz dele me chega em palavras escritas.
eu te amo
(...)
eu sempre vou te amar
viva a dayse
E então a voz dele some e meu cérebro lhe responde imediatamente. Em uma fração de segundos, me vêm as palavras de outros para dizer-lhe o que sinto.
É triste que teu olhar doce tenha me fugido. É triste amar alma, e apenas isso. É triste e doce, a certeza de amar assim, descarnados nós, amar espiritualmente, e ainda com saudade da carne. Mas se carne nos bastasse, seríamos bem felizes. O que faz falta é a alma, meu querido H. E isso temos, mas não nos bastou.
The Lettermen
Love me like a stranger
Where is all the fire,
all the wild desire,
that we felt before?
The hunger in your touch,
that made you give so much,
and want me more and more.
When it all began,
the woman and the man,
were wilder than the sea
brighter than the sun,
but look what time has done,
today to you and me.
Can't we try pretending,
that we met today,
letting our emotions
carry us away.
Tasting for the first time,
lips we've never kissed.
Recapturing the feeling
that we both have missed.
(Chorus:)Love me like a stranger
who walked into my life.
Love me like this feeling
will only stay the night.
Hold me till I beg you
not to say good-bye,
I want to meet the stranger
hiding in your eyes.
Ele me deixa um recado bitter-sweet. Sempre sweet, mas bitter porque deixamos de viver algo e nunca saberei como teria sido. Eu presumia que sua alma encontrava-se com a minha quando nossos corpos estavam separados, porque quando os corpos encontravam-se, não sobrava espaço entre nós para outra coisa. E eu sentia, literalmente, que meu espírito se afastava de mim, perto dele. Sentia sono, sentia frio, sentia uma solidão que não sabia explicar, perto dele. E na distância, o sentia tão próximo...
É certo que noite e dia eu respiro música (além das letras das traduções), e cada pequenina coisa que me ocorre me traz as palavras de uma canção, como se eu, desregulada e esquizo, ouvisse vozes. Sempre.
Mas a voz dele me chega em palavras escritas.
eu te amo
(...)
eu sempre vou te amar
viva a dayse
E então a voz dele some e meu cérebro lhe responde imediatamente. Em uma fração de segundos, me vêm as palavras de outros para dizer-lhe o que sinto.
É triste que teu olhar doce tenha me fugido. É triste amar alma, e apenas isso. É triste e doce, a certeza de amar assim, descarnados nós, amar espiritualmente, e ainda com saudade da carne. Mas se carne nos bastasse, seríamos bem felizes. O que faz falta é a alma, meu querido H. E isso temos, mas não nos bastou.
The Lettermen
Love me like a stranger
Where is all the fire,
all the wild desire,
that we felt before?
The hunger in your touch,
that made you give so much,
and want me more and more.
When it all began,
the woman and the man,
were wilder than the sea
brighter than the sun,
but look what time has done,
today to you and me.
Can't we try pretending,
that we met today,
letting our emotions
carry us away.
Tasting for the first time,
lips we've never kissed.
Recapturing the feeling
that we both have missed.
(Chorus:)Love me like a stranger
who walked into my life.
Love me like this feeling
will only stay the night.
Hold me till I beg you
not to say good-bye,
I want to meet the stranger
hiding in your eyes.
15.1.08
Sinceramente (Cachorro Grande)
Ok, a musiquinha é de adolescente, a letrinha é simples, a melodia é grudenta, mas eu também tenho meus momentos "sem-noção" de romantismo doce. E esses momentos andam durando, desde que ouvi o Cachorro Grande cantando isso, faz tempo. Coincidiu com o momento em que comecei a pensar em uma pessoa especial, e a letra da música diz tudo. Gosto de seu charme, do seu groove e de como rola com esse homem distante. E muito. Tanto que só agora, meses depois de ouvir a música pensando nele, eu a ponho aqui, esperando que ele capte a mensagem sem que eu precise citar seu nome, sobrenome, etc. Por gostar tanto dele, acho que "Some things are better left unsaid", como já disse a Annie Lennox em "Why". But I say it anyway.
Com quanta ausência se faz um bolo de saudade?
Por quanto tempo se deixa na geladeira o desejo, antes de aquecer para o consumo?
Quantas pitadas de malícia e sutileza temperam a ânsia de ter-te ao meu lado?
Cozinha-se a espera durante quantos dias? Meses? Anos?
E qual a validade da tua receita de aflição amorosa, antes que tudo se deteriore e seja jogado fora?
Ou não é perecível, isso que juntas em mim com maestria dos grandes chefs e deixas prontinho para um grande banquete, privado e sem convidados, no bistrô do teu coração?
Por quanto tempo se deixa na geladeira o desejo, antes de aquecer para o consumo?
Quantas pitadas de malícia e sutileza temperam a ânsia de ter-te ao meu lado?
Cozinha-se a espera durante quantos dias? Meses? Anos?
E qual a validade da tua receita de aflição amorosa, antes que tudo se deteriore e seja jogado fora?
Ou não é perecível, isso que juntas em mim com maestria dos grandes chefs e deixas prontinho para um grande banquete, privado e sem convidados, no bistrô do teu coração?
19.12.07
18.12.07
16.12.07
Shy
Fifteen minutes with you, I wouldn't say no
(or would I?)
Tenho de aprender a deixar de ser burocrática no amor.
Costumo dizer que não tenho medo de nada na vida.
EXCETO...
... o medo de perder pessoas.
Tenho de deixar de ser medrosa
(por outro lado, para que arriscar-me a perder?)
Se há algo que me tira a razão, é a paixão.
Não é justo que alguém com tanta capacidade de ver a realidade, como eu, tenha exatamente o defeito que a torna estúpida, o defeito da covardia, a burrice de não entender sinais.
Preciso deixar de ser burocrática no amor. Pouco falta para exigir protocolo assinado, carimbado, com declaração reconhecida em cartório de que fui entendida e, mais importante, que caso não seja nada disso, fica tudo como antes, como se nada jamais tivesse havido do que, de fato, nem houve.
(suspiro)
Alguém aí tem um sonrisal para azia cerebral?
8.12.07
O Exercício de Se Superar

Lembras tu na tua gaiola, essa bendita exposição de matemática da tua escola, em novembro?
Lembras que toda a trabalheira começou uns bons 10 dias antes, com um grupo de 4, que se tornou um grupo de 2, um coleguinha e tu?
Deveriam montar um jogo de matemática, com regras, 50 equações, peças, tabuleiro, etc. Deveriam trabalhar em dupla. Deveriam fazer tudo juntos.
Mas no primeiro encontro, teu colega não apareceu. No segundo, arranjou uma desculpa e outro colega te ajudou a criar aquele mundo de equações. No último encontro, aí mesmo, nessa "gaiola" onde deveria estar o trabalho da dupla, teu colega desperdiçou todo o material da decoração do estande, estragou tudo e foi-se embora, com mais uma desculpa, te deixando desesperada, na véspera da exposição do teu trabalho. Lembro de ti, chegando em casa de táxi (o colégio, tão longe pra quem não tem carro...), com uma fita adesiva grudada na testa, onde tu mesma havias escrito: "Eu sou uma Idiota". Lembro que eu ri, te puxando com carinho de dentro do táxi, dizendo "Vem cá, sua boba, a gente dá um jeito".
Minha belinha, lembras de nós, na noite anterior à manhã dessa exposição, indo à livraria comprar tudo de novo, todo o material de decoração novamente?
Lembras de nós, acordando cedinho, nos enfiando num táxi, chegando às 8 na escola e arrumando em 10 minutos o que achavas que não conseguiríamos arrumar em uma hora?
Lembras, principalmente, minha linda, de como os outros grupos, todos eles, tinham 3 ou 4 alunos se revezando para cuidar de seus estandes com trabalhos, enquanto o grupo de tu sozinha não podia sentar, não podia comer, não podia beber, não podia ir ao banheiro e não podia nada, por estares só?
Eu lembro de olhar para ti, sozinha ali no teu estande, solitária, enquanto nos outros grupos todos riam, conversavam, passavam o tempo e mais estavam na rua que dentro do ginásio, onde deveriam estar. Lembro de ter pensado: "Mas por que minha filha parece sempre tão sozinha?" Então uma coleguinha de outro grupo veio, desabafou a mágoa por também ter feito tudo sozinha em seu grupo, e lembro que tu comentaste que outros discriminavam a menininha linda, inventando coisas sobre ela. Lembro que te pedi para não fazeres isso, nem pensares nisso, porque é uma palavra aqui, outra ali, que cria o preconceito e torna as pessoas solitárias. Às vezes, apenas por serem melhores que a média. Mais sérias. Mais interessadas em fazer a coisa certa.
Lembras das dores nas pernas, três horas inteiras parada ali, de pé? Lembras da fome? Lembras do sono? Lembras da minha oferta para cuidar de tudo para poderes caminhar 10 minutos na rua e ires ao banheiro, e tu me dizendo "Não, mãe, é *meu* trabalho, eu é que preciso cuidar!"
Lembras? ... da ansiedade quando procuramos esse novo colégio, agora particular, deixando para trás a escola pública onde eras maltratada por seres boa aluna, onde eras chamada de "gorda", onde eras tratada como menino, por andares com os meninos, já que as meninas conseguiam ser mais obcenas ainda que os garotos? ... da alegria, ao comprarmos todo o teu material (pela segunda vez no mesmo ano), o uniforme, o tênis que querias? ... do primeiro dia de aula, e tu exclamando, depois de mais tantos e tantos dias, "Eu AMO o meu colégio novo!"... da tua percepção de que não é a classe social que torna adolescentes grosseiros e precocemente interessados por sexo?... da tua descoberta de que, onde menos deveria haver bullying, entre filhos de famílias teoricamente mais cultas, mais ele ocorre?
Lembras do nosso pavor, quando percebeste que colégio particular era outro mundo, e que era como se nunca tivesses estudado geografia, inglês, história, etc., já que tudo era novo e não sabias nada do que aprendiam na nova escola? Lembras que chegamos a nos conformar porque era quase certo que serias reprovada, já que no primeiro trimestre tuas notas eram vergonhosas, pelo choque do impacto entre ensino público e ensino particular?
Minha flor, valeu a pena.
Valeu a pena transferir-te de escola em pleno maio, ser vista como "estrangeira" no colégio novo, decepcionar-te e fazeres tudo, tudinho por ti mesma, sozinha, apesar da dor e da desilusão com os companheiros... Valeu a pena, porque os professores te reconheceram. Te conheceram, em tuas zangas iradas, em tuas reclamações contra a injustiça, em tua determinação em ir até o fim, sempre, por um pontinho na nota, por um visto num trabalho, quando bem poderias ter jogado a culpa em outro, simplesmente, e não te importado, já que os outros não se importavam.
Valeu a pena, quando tu gritaste no celular, assim que terminou o último dia de aula, ante-ontem: "Mãããããeeee, eu passei por méééédia!!!"
Valeu a pena o abraço feliz-feliz-feliz que nos demos, quando chegaste em casa, os beijos, o senso de dever cumprido.
Acho que depois de ante-ontem tu sabes:
És capaz de superar qualquer coisa. És forte, honrada, valente, esforçada e muito, muito, muito inteligente, saltando de notas abaixo de crítica para notas máximas em todas as matérias, ficando entre os melhores da classe. Tu és capaz de perdoar colegas que te fizeram de otária já no primeiro mês, marcando reuniões na escola para um trabalho e te deixando à espera a tarde inteira, rindo de ti no dia seguinte, porque esperaste em vão. E tudo porque achavam que, sendo aluna nova no colégio, tu não tinhas o direito de mandá-las trabalhar, em vez de perderem tempo.
Minha anja, se saíste parecida com tua mãe em algumas coisas, agradeço a Deus. Somos mesmo intolerantes com o "jeitinho fácil", o "fazer nas coxas", o "não dá nada" e o "depois eu dou um jeito". Mas o mérito, ainda assim, é TEU. TEU, sempre, por seres alguém que veio ao mundo para, como tu dizes "ver a vida como ela é".
Tu és um sonho. E tua carinha triste na foto, lá em cima, é só pra não esquecermos que, no fim, tu riste. E muito. E com vontade. E continuas rindo, alegre, por mais esta vitória.
Te amo, Letícia.
4.12.07
Para C., que entenderá
This Is Love Lyrics
» George Harrison
Precious words drift away from their meaning
And the sun melts the chill from our lives
Helping us all to remember what we came here for
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
Little things that will change you forever
May appear from way out of the blue
Making fools of ev'rybody who don't understand
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is love
This is love, this is la la la-la love
Since our problems have been our own creation
They also can be overcome
When we use the power provided free to everyone
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love
Oh, this is love, this is la la la-la love
This is love, this is la la la-la love (repeat and fade)
2.12.07
30.11.07
So True...
Casinha Branca
(Gilson e Joram)
(Gilson e Joram)
Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
que nem vejo à minha frente nada que me dê prazer...
sinto cada vez mais longe a felicidade
vendo em minha mocidade tanto sonho perecer
eu queria ter na vida simplesmente
um lugar de mato verde pra plantar e pra colher
ter uma casinha branca de varanda
um quintal e uma janela
só pra ver o sol nascer
às vezes saio a caminhar pela cidade
à procura de amizade vou seguindo a multidão
mas eu me retraio olhando em cada rosto
cada um tem seu mistério seu sofrer, sua ilusão
eu queria ter na vida simplesmente
um lugar de mato verde
pra plantar e pra colher
ter uma casinha branca de varanda
um quintal e uma janela só pra ver o sol nascer
28.11.07
Não é engraçado como, com a Internet, tornamo-nos todos videntes?
Conhecendo apenas nome e sobrenome, podemos visualizar passado e presente (e, a partir daí, algo do futuro) de qualquer um que tenha "pisado" nesse planeta virtual...
Conhecendo apelido, chocamo-nos ao digitá-lo e ao descobrir, no presente, traições, grandes e pequenas, escritas com todas as letras no passado por alguém que, se não era digno de estátua em homenagem ao "Homem Sério", também não nos parecia a pessoa mais mesquinha que já tivemos em nossas vidas. Espantamo-nos ao ver, quatro anos depois, preto no branco, confissões sobre aquilo que percebíamos como casualidade e se revela pura má intenção, maldade proposital. E, boquiabertos, ainda duvidamos dos nossos olhos quando vemos com toda a clareza as mentiras e distorções de fatos íntimos colocados em público, por quem pouco antes nos disse que havia mudado, que podíamos ter confiança em sua melhor intenção de ser parceiro, de ser amigo, de ser companheiro, de ser, em resumo, homem.
Engraçado como, com a Internet, os mais burros acabam revelando-se apenas isso: burros -- criminosos espalhando pistas de seus crimes por todos os lados, desde a presença em sites pedófilos, passando por "filmes" desmeritórios, festinhas onde o cigarro e o álcool estão em todas as fotos, depoimentos que alardeiam seu prazer por ser escroto e terminando em mentiras deslavadas, sobre si mesmo e sobre outros.
Não é interessante como certas pessoas pensam que as palavras escritas no espaço virtual um dia se perderão, ou que podem mantê-las secretas, quando estão lá, para toda a eternidade, expostas em cache, atualizadas em feeds, passíveis de busca por mil expressões que as revelarão?
E depois disso tudo, quando me perguntam se não farei nada com as palavras criminosas que descobri, só tenho a dizer uma frase:
"Eu não chuto cachorro morto."
A principal lição de meu trabalho de detetive eu já aprendi. Nunca confie, para o resto dos teus dias, em quem já te enganou uma vez. Nem perdoe. Nem esqueça.
A porta fechou-se para sempre.
Conhecendo apenas nome e sobrenome, podemos visualizar passado e presente (e, a partir daí, algo do futuro) de qualquer um que tenha "pisado" nesse planeta virtual...
Conhecendo apelido, chocamo-nos ao digitá-lo e ao descobrir, no presente, traições, grandes e pequenas, escritas com todas as letras no passado por alguém que, se não era digno de estátua em homenagem ao "Homem Sério", também não nos parecia a pessoa mais mesquinha que já tivemos em nossas vidas. Espantamo-nos ao ver, quatro anos depois, preto no branco, confissões sobre aquilo que percebíamos como casualidade e se revela pura má intenção, maldade proposital. E, boquiabertos, ainda duvidamos dos nossos olhos quando vemos com toda a clareza as mentiras e distorções de fatos íntimos colocados em público, por quem pouco antes nos disse que havia mudado, que podíamos ter confiança em sua melhor intenção de ser parceiro, de ser amigo, de ser companheiro, de ser, em resumo, homem.
Engraçado como, com a Internet, os mais burros acabam revelando-se apenas isso: burros -- criminosos espalhando pistas de seus crimes por todos os lados, desde a presença em sites pedófilos, passando por "filmes" desmeritórios, festinhas onde o cigarro e o álcool estão em todas as fotos, depoimentos que alardeiam seu prazer por ser escroto e terminando em mentiras deslavadas, sobre si mesmo e sobre outros.
Não é interessante como certas pessoas pensam que as palavras escritas no espaço virtual um dia se perderão, ou que podem mantê-las secretas, quando estão lá, para toda a eternidade, expostas em cache, atualizadas em feeds, passíveis de busca por mil expressões que as revelarão?
E depois disso tudo, quando me perguntam se não farei nada com as palavras criminosas que descobri, só tenho a dizer uma frase:
"Eu não chuto cachorro morto."
A principal lição de meu trabalho de detetive eu já aprendi. Nunca confie, para o resto dos teus dias, em quem já te enganou uma vez. Nem perdoe. Nem esqueça.
A porta fechou-se para sempre.
23.11.07

Tu, mestre da auto-sabotagem, não tens do que
reclamar:
teus planos saíram à perfeição.
Respiras delírios, comes ilusões, dormes com
enganos. Culpas a vida, o mundo, os outros,
sempre os outros.
E recebes o troco, a bofetada,
que tu mesmo dás na tua face
quando ousas desnudá-la das máscaras.
... À noite todos os seres obrigam-se
a dormir em sua própria (e indesejada) companhia.
Sem disfarces.
E isso é o que dói.
18.11.07
Anotação para mim mesma:
Por quanto tempo permitirás que a mentira vença?
Por quanto tempo ficarás em dúvida, pesando detalhes, em tua tendência ingênua de achar que outras pessoas são boas, quando te mostram o contrário?
Como podes ser tão mole e achar que a não-ação resolverá algo?
Como podes deixar que mintam sobre ti e te transformem aos olhos de outros em tudo aquilo que mais abominas no mundo?
Como permites, com tantas indicações, que a mentira, o logro e o trauma se perpetuem, por conta da tua tendência de acreditar nos outros?
Anotação para mim mesma: por que insistes em ser boa, quando está claro que estão sendo cruéis contigo?
(tudo tem conseqüências. o medo de agir, também)
Por quanto tempo permitirás que a mentira vença?
Por quanto tempo ficarás em dúvida, pesando detalhes, em tua tendência ingênua de achar que outras pessoas são boas, quando te mostram o contrário?
Como podes ser tão mole e achar que a não-ação resolverá algo?
Como podes deixar que mintam sobre ti e te transformem aos olhos de outros em tudo aquilo que mais abominas no mundo?
Como permites, com tantas indicações, que a mentira, o logro e o trauma se perpetuem, por conta da tua tendência de acreditar nos outros?
Anotação para mim mesma: por que insistes em ser boa, quando está claro que estão sendo cruéis contigo?
(tudo tem conseqüências. o medo de agir, também)
16.11.07

Por que é que acho tanta graça, dou risada mesmo, quando alguém se apaixona por mim (ou demonstra a intenção de), mas quando sou eu quem se apaixona tudo parece tão sério, uma questão de vida ou morte?
Ah, se eu conseguisse achar graça em minha paixão para poder declará-la e rir com ele, quando risse de mim...
15.9.07
http://translationjournal.net/journal/42destino.htm
(Comentário meu sobre o livro maravilhoso de José Henrique Lamensdorf, colega tradutor e escritor de rara racionalidade e sensibilidade em equilíbrio, para o Translation Journal, jornal on-line de/para tradutores)
Quando eu tinha uns 10 anos, deitada na grama do quintal em noites de verão, fitando o mar de estrelas muito além do meu serzinho pequeno e solitário, costumava pensar que não fazia sentido simplesmente nascer, crescer e morrer—tendo alegrias e decepções entre o começo e o fim, mas ao final, morrendo como todos os outros humanos, como os insetos, as flores, os mamíferos e tudo o mais que tivesse vida física. Nessas noites da pré-adolescência, começando a descobrir o mundo, eu procurava respostas simples para perguntas que só se tornariam cada vez mais complicadas, com o passar dos anos.
Certamente, mais ou menos dos dez anos até o fim da vida, a pergunta mais poderosa que nos fazemos é sempre sobre o porquê de estarmos no mundo. Depois vêm outras, e para essas encontramos parte das respostas na filosofia, astronomia—até na astrologia—, psicologia, e outras "ias" criadas para satisfazer nossa ânsia por respostas.
Você alguma vez teve a sensação arrepiante de que esse show legítimo da vida em geral é espantosamente bem coordenado, para ser um mero acaso ou um passatempo de deuses que não compreendemos? Já se espantou com coincidências esquisitas, sincronicidades, marés de sorte ou ondas de extremo azar? Você já teve a impressão de que apesar de sermos as criaturas mais inteligentes a pisar neste planeta, ainda assim não somos os donos do espetáculo e que a equipe de produção falha ocasionalmente, provocando coisas feias como guerras, pragas, grandes catástrofes naturais e outras calamidades? Ao admirar a grandiosidade de uma obra arquitetônica, a beleza extrema de uma estátua ou a sublime elevação do espírito provocada por uma sinfonia vibrante, você já se perguntou por que há tamanha disparidade em talentos, vocações e oportunidades no mundo? E, ao pensar nesse incrível espetáculo da vida, já chegou a perguntar-se para que, afinal, serve tudo isso?
Engenheiros do Destino não lhe impõe um conhecimento profundo, nem pretende mastigar e lhe devolver prontas para consumo teorias complicadíssimas da física ou astronomia. Não tenta convencê-lo de uma verdade absoluta. Não servirá como auto-ajuda no sentido de lhe entregar algumas fórmulas bonitas que, segundo o autor, resolverão se não todos, pelo menos os problemas que o levaram a comprar o livro.
Engenheiros do Destino não quer lhe revelar segredos ocultos há séculos em imagens de pintores famosos, em pisos de igrejas antigas ou papiros recém descobertos. Na verdade, ao ler o livrinho aparentemente singelo—mas realmente estimulante—de José Henrique Lamensdorf, descobrimos que seu maior mérito é tornar claro e explicar o que às vezes intuímos sobre os mais variados temas que nos preocupam.
Lamensdorf nos oferece uma luz reveladora, com a qual aponta a coerência máxima naquilo que vemos como aspectos aparentemente discrepantes da existência.
Nessa teoria geral do funcionamento do universo, ele aborda, com idéias fascinantes e inesperadas, coisas tão diversas como reencarnação, homossexualidade, viagens no tempo, astrologia, poder, fantasmas e aparições, experiências extracorpóreas, transplantes e, até mesmo, o processo de traduzir.
Engenheiros do Destino mexe com as idéias do leitor, levando-o a ampliar as indagações e explicações oferecidas, após cada parágrafo. Não é para preguiçosos mentais. E pode causar efeitos colaterais—essa é, de fato, a intenção de Lamensdorf, ao apresentar os responsáveis pelo real show da vida e um pouquinho do roteiro e da produção envolvida no espetáculo.
Não recomendado para materialistas empedernidos, pessoas sem fé em coisa alguma, pessoas secas e sem um mínimo de humor. Absolutamente contra-indicado para aqueles que consideram que tudo já foi explicado ou que a sua própria teoria é a única que conta.
O livro Engenheiros do destino pode ser comprado:
em inglês:na Amazon: http://www.amazon.com/Engineers-Fate-J-H-Lamensdorf/dp/1419612654; na Booksurge (a editora, que é do grupo Amazon): http://www.booksurge.com/Engineers-of-Fate/A/1419612654.htm;
em português:na editora: http://www.livropronto.com.br//livro/liv_engenheiros_destino.asp.
(Comentário meu sobre o livro maravilhoso de José Henrique Lamensdorf, colega tradutor e escritor de rara racionalidade e sensibilidade em equilíbrio, para o Translation Journal, jornal on-line de/para tradutores)
Quando eu tinha uns 10 anos, deitada na grama do quintal em noites de verão, fitando o mar de estrelas muito além do meu serzinho pequeno e solitário, costumava pensar que não fazia sentido simplesmente nascer, crescer e morrer—tendo alegrias e decepções entre o começo e o fim, mas ao final, morrendo como todos os outros humanos, como os insetos, as flores, os mamíferos e tudo o mais que tivesse vida física. Nessas noites da pré-adolescência, começando a descobrir o mundo, eu procurava respostas simples para perguntas que só se tornariam cada vez mais complicadas, com o passar dos anos.
Certamente, mais ou menos dos dez anos até o fim da vida, a pergunta mais poderosa que nos fazemos é sempre sobre o porquê de estarmos no mundo. Depois vêm outras, e para essas encontramos parte das respostas na filosofia, astronomia—até na astrologia—, psicologia, e outras "ias" criadas para satisfazer nossa ânsia por respostas.
Você alguma vez teve a sensação arrepiante de que esse show legítimo da vida em geral é espantosamente bem coordenado, para ser um mero acaso ou um passatempo de deuses que não compreendemos? Já se espantou com coincidências esquisitas, sincronicidades, marés de sorte ou ondas de extremo azar? Você já teve a impressão de que apesar de sermos as criaturas mais inteligentes a pisar neste planeta, ainda assim não somos os donos do espetáculo e que a equipe de produção falha ocasionalmente, provocando coisas feias como guerras, pragas, grandes catástrofes naturais e outras calamidades? Ao admirar a grandiosidade de uma obra arquitetônica, a beleza extrema de uma estátua ou a sublime elevação do espírito provocada por uma sinfonia vibrante, você já se perguntou por que há tamanha disparidade em talentos, vocações e oportunidades no mundo? E, ao pensar nesse incrível espetáculo da vida, já chegou a perguntar-se para que, afinal, serve tudo isso?
Engenheiros do Destino não lhe impõe um conhecimento profundo, nem pretende mastigar e lhe devolver prontas para consumo teorias complicadíssimas da física ou astronomia. Não tenta convencê-lo de uma verdade absoluta. Não servirá como auto-ajuda no sentido de lhe entregar algumas fórmulas bonitas que, segundo o autor, resolverão se não todos, pelo menos os problemas que o levaram a comprar o livro.
Engenheiros do Destino não quer lhe revelar segredos ocultos há séculos em imagens de pintores famosos, em pisos de igrejas antigas ou papiros recém descobertos. Na verdade, ao ler o livrinho aparentemente singelo—mas realmente estimulante—de José Henrique Lamensdorf, descobrimos que seu maior mérito é tornar claro e explicar o que às vezes intuímos sobre os mais variados temas que nos preocupam.
Lamensdorf nos oferece uma luz reveladora, com a qual aponta a coerência máxima naquilo que vemos como aspectos aparentemente discrepantes da existência.
Nessa teoria geral do funcionamento do universo, ele aborda, com idéias fascinantes e inesperadas, coisas tão diversas como reencarnação, homossexualidade, viagens no tempo, astrologia, poder, fantasmas e aparições, experiências extracorpóreas, transplantes e, até mesmo, o processo de traduzir.
Engenheiros do Destino mexe com as idéias do leitor, levando-o a ampliar as indagações e explicações oferecidas, após cada parágrafo. Não é para preguiçosos mentais. E pode causar efeitos colaterais—essa é, de fato, a intenção de Lamensdorf, ao apresentar os responsáveis pelo real show da vida e um pouquinho do roteiro e da produção envolvida no espetáculo.
Não recomendado para materialistas empedernidos, pessoas sem fé em coisa alguma, pessoas secas e sem um mínimo de humor. Absolutamente contra-indicado para aqueles que consideram que tudo já foi explicado ou que a sua própria teoria é a única que conta.
O livro Engenheiros do destino pode ser comprado:
em inglês:na Amazon: http://www.amazon.com/Engineers-Fate-J-H-Lamensdorf/dp/1419612654; na Booksurge (a editora, que é do grupo Amazon): http://www.booksurge.com/Engineers-of-Fate/A/1419612654.htm;
em português:na editora: http://www.livropronto.com.br//livro/liv_engenheiros_destino.asp.
9.9.07
Precisa-se I
Precisa-se de alguém que invada minha casa, venha até meu canto de trabalho, imprima meu primeiro romance, prontinho e acabado, coloque num envelope e o envie a uma editora, ou mais se possível.
... porque pareço ter um bloqueio sério contra simplesmente imprimir e enviar -- não consigo, não consigo, não consigo.
... porque pareço ter um bloqueio sério contra simplesmente imprimir e enviar -- não consigo, não consigo, não consigo.
Precisa-se II
Precisa-se
que os amigos que já chegaram a ler meus escritos procurem a palavra-chave "Cruel" em seus discos rígidos, pois pode estar ali o original do segundo romance que comecei a escrever e perdi quando troquei de micro (sei que entreguei a duas pessoas no mínimo, mas essas não se deram ao trabalho de procurar...).
que os amigos que já chegaram a ler meus escritos procurem a palavra-chave "Cruel" em seus discos rígidos, pois pode estar ali o original do segundo romance que comecei a escrever e perdi quando troquei de micro (sei que entreguei a duas pessoas no mínimo, mas essas não se deram ao trabalho de procurar...).
3.9.07
The Art of Losing
Verdadeiramente eu:
The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent to be lost
that their loss is no disaster.
Lose something every day.
Accept the fluster of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant to travel.
None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch.
And look! my last, or next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones.
And, vaster, some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
--Even losing you (the joking voice, a gesture I love)
I shan't have lied.
It's evident the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.
(Elizabeth Bishop, poeta norte-americana, 1911-1979)
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