7.1.05

No meu devido lugar

I’m perfectly happy with who, what and where I am.

Estou perfeitamente satisfeita com quem e o que sou, além de onde estou.

E quando digo isso, as pessoas em geral pensam que tenho algum problema mental.

Quando ser feliz vira um caso de suspeita de problema mental, quando se é quase obrigado a ser infeliz, o que se pode esperar?

Repito: estou plenamente satisfeita com minha vida.

E, considerando-se que sou mulher, madura, chefe da casa, e não vivo à espera de nenhum príncipe...

Considerando que divirto-me imensamente com meus amigos, namorados, casos e etc., mas não os considero fundamentais para minha felicidade...

Considerando que não preciso, não quero e não vou me casar nem sob tortura...

Considerando que acho meu trabalho uma fonte inesgotável de alegria e prazer...

Considerando que me divirto muito, em todos os sentidos, na minha própria companhia...

Considerando que amo gente e adoro meus amigos não porque podem me servir, mas porque são mesmo maravilhosos..

Será que sou doente, por seguir perfeitamente tranqüila com meu barquinho em meio às ondas crespas e furiosas da vida?

Ou será que tudo isso é fruto daquilo que prego, que a felicidade ou infelicidade é fruto de cada pequeno gesto nosso, a cada momento, de cada pequena escolha que pode nos levar ao inferno ou ao céu?

Ou será que me sinto assim por merecimento, já que este mesmo barquinho já enfrentou quase todas as tempestades possíveis, das pequenas às grandes tragédias, e finalmente encontrou um mar mais calmo?

Ao ver dois filmes aparentemente nada a ver um com o outro, alguns dias atrás, dei-me conta disso (de que quase não é normal ser feliz como mulher “sozinha” e de que nossas pequenas escolhas influenciam imensamente nosso futuro, mais além).

Os dois filmes, tão diferentes e tão complementares: “Avassaladoras” (no qual a personagem fez com que eu me sentisse anormal no começo e, só no fim, ela se transforma em alguém igualzinha a mim) e “Efeito Borboleta”. Recomendo os dois, embora o segundo peque por ser simplório em seu “método” de volta ao passado.



6 comentários:

Anônimo disse...

Dayse, me orgulho de ser solteiro decidido a não se casar. Nada contra, até incentivo. Mas minhas idiosincrasias não precisa de paparico. Beijos.

P.S.: O filme é bonzinho. Descanço após leitura substâncial.

Anônimo disse...

Oi, Dayse
sempre por aqui conferindo as novidades e curtindo tudo desse seu maravilhoso blog. Voltarei sempre.
Beijabrações
Luiz Alberto Machado
www.sobresites.com/poesia

Anônimo disse...

Posso escrever idem e assinar embaixo? Comigo é exatamente igual.
Beijo!

Anônimo disse...

Que bom que vc é feliz Dayse. Acho q isso tb é fruot de um olhar para trás, para tudo que já se passou na vida e o resultado disso - o agora. Eu me identifiquei com o filme muito, lembrei das minhas amigas... E no final eu não senti nenhuma identificação, pois pra mim esse final ainda não chegou. É a imagem e o sentimento que tive. Mas achei muito bom, pq eu jurava que o filme ia terminar como a maioria, a mocinha com o bonitão, fazendo a gente acreditar que só dá pra ser feliz se for casada.... Me desculpe mas apesar de eu ver claramente isso eu só consigo me ver e me imaginar feliz com um amor do lado... Quero alguém para compartilhar a vida, está fazendo muita falta. Bjs.

Anônimo disse...

Brilhante, as usual. E, as usual, tem muito a ver com o que eu sinto. Com uma única diferença: no meu caso, é perfeitamente possível ser feliz há 18 anos casada e com dois filhos maravilhosos. Muitas amigas minhas não entendem. Como um casamento pode ser feliz? Como se pode estar juntos há tanto tempo e ainda sorrir juntos, brincar, passear, viajar, namorar, querer bem? Alguns pensam que sou "acomodada". Enganam-se! Será que só a infelicidade significa "movimento", ação, emoção? Sou feliz assim, enquanto essa relação for feliz assim.
Recuso-me terminantemente a ser infeliz. Uns acham que fui atacada pelo "efeito hiena". Outros acham, mais uma vez, que sou "acomodada"... Já nasci com um sorriso no rosto. Já nasci brincalhona, de bem com a vida. Olho pros lados, olho pra dentro, pra trás e pra frente, e não vejo nenhum motivo para não ser alegre e feliz.
Acomodada? "(In)Acomodada ficava a sua avó" (lembra?). Deixa que digam, que pensem, que falem... deixa isso pra lá!
Bom sabê-la assim feliz e de bem com a vida. Bom saber que tem gente assim no mundo, que não estou sozinha, que somos pessoas que olham a vida com um outro colorido.
Espero de coração que esse contentamento esteja sempre dentro de ti!

Min

Anônimo disse...

Isso me lembra uma frase do Fernando Sabino (mais uma...). "Um homem deve ser do seu tamanho, nem maior, nem menor".
Que poder de síntese, não?
Bjs,
Daniel Estill