Eu já pedi o marido de uma vizinha emprestado.
Julguei-me no direito. Eu era mais antiga no prédio, tinha vantagens.
Eles mudaram-se, e em meu primeiro contato com ele, julguei-o um machista da pior espécie.
Quando precisei do marido da minha vizinha, achei que seu machismo vinha a calhar.
Ora, um homem que gosta de ser macho adora mostrar-se, nem que seja para a vizinha.
Assim, pedi o João (nome fictício) emprestado, e sem permissão da esposa dele.
Aproveitei-me dos hormônios do homem, de seu impulso para dominar, eu que em certas situações sou muito submissa.
Depois contei a ela, que nem se importou, mas juro que morri de medo que, ao descobrir, ela pudesse me detestar por achar que eu não tinha direito a pedir que seu marido fizesse aquilo por outra mulher.
Mas confesso: só ele me servia.
O prédio ainda estava vazio. Éramos só nós dois no edifício pequeno. Estava muito calor, eu havia acabado de sair do banho, sentia-me animada, mas sem ele eu não poderia aproveitar muito bem a noite de verão.
Suando, tremendo e com palpitações, bati em sua porta, em desespero:
– Vou te pedir uma coisa que normalmente eu não pediria a um homem que mal conheço.
Depois que expliquei a situação, ele piscou-me um olho safado, juntou seus instrumentos, e lá se foi para meu apartamento, para cumprir sua missão de macho.
A partir daí, o marido da vizinha tornou-se meu também, cumprindo direitinho com aquilo que uma mulher mais deseja, ao casar-se (sem a desvantagem, para mim, de ter de suportar seus defeitos).
Meu vizinho matou aquele baratão preto, voador e invasor que havia no meu apartamento como ninguém mais teria feito por mim naquela noite.
Um comentário:
Muito Bom Dayse.
Legal.
Abraços Fab.
Postar um comentário