1.10.04

Nove

Hoje, primeiro de outubro, minha filha começa a contagem regressiva para seu aniversário de nove anos, no Dia da Criança, com as seguintes palavras, logo ao acordar:

-- Faltam 10 dias.

Lembro que não, que são onze dias. Ela vem, então, com sua lógica que sempre me surpreende:

-- Não, dez, porque já estou no hoje.

Há dois meses ela vem contando o tempo, mas a contagem real só começou hoje.

E não é para ganhar presente. Não é para ter festa. Não é para reunir suas amigas. Nem é por qualquer outro motivo, exceto porque, em suas próprias palavras:

-- Eu gosto de fazer aniversário. Gosto de contar mais um ano.

Diz a Letícia que nem precisa festa. Não precisaria presente (mas claro que serão bem recebidos). Que a alegria de fazer aniversário é o próprio aniversário.

Sempre desconfiei que minha filha (cujo nome escolhido por mim significa realmente "alegria") veio ao mundo para ser e fazer outros felizes. A começar pelo fato de ter vindo para mim "atrasada", chegando no Dia da Criança quando "deveria" (segundo cálculos dos homens, mas não segundo as leis mais sutis que regem o universo) ter vindo entre dia primeiro e dia sete de outubro. E ela demonstra seu prazer de viver nas mínimas coisas, todos os dias.

Que outro motivo mesmo existe para comemorarmos aniversários, exceto pelo prazer da vida pela vida em si (Iuri, lembrei de ti, com a crônica que me mandaste sobre Sísifo)? Exceto pelo gosto de estarmos ainda mais um ano por aqui, comemorando nossa participação neste ato da grande peça de Deus, chamada VIDA?

Minha filha é sábia.

Vivo aprendendo com ela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Dayse
A Tatoca sou eu, amiga da ale, pode me visitar no http://cafeparis.festim.net
Obrigada pela dica, vou tentar testes com editoras, quem sabe minha hora chega?
Sua filha é libriada, por isso é maravilhosa, o que mais posso dizer ;-)
beijocas!