Algo anuncia-se.
De repente, escuto a incomensuravelmente bela voz de Julie Andrews cantando "The Sound of Music" e lá vou eu também voando pelos espaços abertos, montanhas... Pelo céu azul da abertura do filme. Vou com a canção e vôo. E no fim, uma vontade de chorar depois do agudo de pássaro de La Andrews.
Depois, ainda, ouço o tema (belíssimo) de "O Rei e Eu" e me vejo dançando, valsando também com essa figura mais imaginada que presente, mais idealizada que real que parece ser o transmissor do vírus que me atingiu.
E então percebo:
Estou pronta para me apaixonar.
O que é essa vontade de rir? De querer acordar logo? De não dormir? De me perceber outra e a mesma, de me ver como aquela que prefiro ser e sou quando consigo me olhar de perto?
O que é a sensação de que sou bonita? E a enxurrada de estados térmicos alternados e consciência desperta para o que não andava percebendo, tão estupidificada pelo quotidiano morno apenas?
Algo ferve.
Borbulha e queima.
É paixão. Já é algo.
Parece que encontrei a chave perdida. Não do portal do Amor. Mas do portão dourado da paixão, por onde entram os poetas e os desvairados.
Me ajuda a abrir?
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