1.8.04

Querido E. II

Querido E.,

Plantaste uma árvore adulta nas costas.

Plantaste em terreno fértil, pois de ti vem adubo para tua planta e para mil criações e cultivos imaginativos de outros.

Tomara que o peso não te sobrecarregue – detestaria te ver corcunda.

Se cada galho de tua árvore fosse para um amigo, terias de ter cem corpos para estender os ramos..

Se colocares mais alguma coisa perto dela – pássaros, frutos ou nuvens – te arriscas a seres escalpelado para seres feito de tapete.

Pensando bem, até que seria boa idéia, mas que tal seres tapete sem te tirarem a pele? Tapete de parede, decorativo. Ou...

Espero que não leves a mal minhas sugestões.

Bendita tua insanidade, menino-prodígio. És apenas um pouco mais maluco que eu, mas um dia chego lá.

Quanto a mim, se fosse tatuar algo, seria a ti. No coração.


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