20.8.04

Risíveis Candidatos

Enquanto o pretendente pretensioso a político asqueroso gesticula e quase nos agride ao se auto-alardear, a menina e a mãe, de pé na sala na frente da tevê, imitam a moça que traduz para os surdos. O político ignorante promete mundos e fundos, e a menina dançante gesticula loucamente com seus cabelos loiros balouçantes, fazendo bico (bem que ela me diz que a moça que fala para surdos morre de vontade de falar), fazendo “nããão”, e a mãe aponta para o arrogante, arregala os olhos, levanta o dedo médio e aponta para o suposto povo. É isto, na verdade, o que o postulante a vida-mansa deseja para os desinformados deseleitores de uma vida melhor.

Esses momentos agora têm sido nossa diversão, já que a menina achou, no início, que deveria conscientizar-se politicamente (verdade, com nove anos) e, depois de perceber a maçaroca geral dos programas obrigatórios, montou seu teatrinho, onde sou atriz coadjuvante interpretando as reais intenções de nossos vilões disfarçados de mocinhos. Ontem elegemos nosso “lobisomi”, alguém com cara de, e nome semelhante, chamado Olodoni. Hoje, quem sabe quem será nossa vítima e nossa fonte de risos.

De vez em quando eu paro tudo e aviso – esse não, esse é sério. Mas isso é tão raro que não chega a estragar nosso prazer.


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